(Foto: Divulgação/Netflix)
Olhando para essa linha do tempo de sucessos, fica claro que o futuro das grandes histórias também pode começar online
A Netflix pode ter começado como uma simples locadora digital, mas em uma década se transformou em um dos maiores estúdios do mundo. De dramas premiados a animações indicadas ao Oscar, o streaming criou um catálogo que rivaliza com qualquer gigante de Hollywood. A trajetória da empresa entre 2015 e 2025 mostra como o cinema mudou — e como o público aprendeu a assistir grandes histórias sem sair de casa.
Tudo começou em 2015 com Beasts of No Nation, o primeiro original da história da Netflix. Dirigido por Cary Joji Fukunaga, o longa estrelado por Idris Elba foi um soco no estômago — uma história crua sobre um garoto forçado a virar soldado em meio à guerra civil. O impacto foi tão grande que Elba foi indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA, abrindo as portas da Netflix para o cinema sério.
No ano seguinte, o streaming apostou no emocional com The Fundamentals of Caring. A comédia dramática estrelada por Paul Rudd, Craig Roberts e Selena Gomez conquistou corações com sua sensibilidade. O trio forma uma amizade improvável durante uma viagem de carro que mistura humor, doença e descobertas pessoais.
Em 2017, a plataforma mostrou que podia ir além com Okja, de Bong Joon Ho. O criador de Parasita trouxe uma história poderosa sobre uma menina e um porco geneticamente modificado, misturando crítica social e emoção. O elenco — Tilda Swinton, Paul Dano e Steven Yeun — ajudou a transformar o filme em um dos grandes momentos da Netflix em Cannes.
O ápice artístico veio em 2018 com Roma, de Alfonso Cuarón. O drama mexicano foi o primeiro filme de um streaming a disputar o Oscar de Melhor Filme — e ainda levou as estatuetas de Melhor Direção, Fotografia e Filme Internacional. A partir dali, o respeito da indústria por produções lançadas direto na plataforma nunca mais foi o mesmo.
Em 2019, a Netflix mostrou sua força com Klaus, uma animação natalina que virou um clássico instantâneo. A história sobre um carteiro que inspira o surgimento do Papai Noel encantou críticos e público, tornando-se o primeiro filme animado da empresa indicado ao Oscar. No mesmo ano, estrearam O Irlandês, História de um Casamento e Dois Papas — um marco para o catálogo.
Com os cinemas fechados em 2020, o streaming virou o palco principal. A Voz Suprema do Blues, com Viola Davis e Chadwick Boseman (1976-2020), trouxe o jazz e a tensão racial dos anos 1920 de volta aos holofotes. O filme foi indicado a cinco Oscars e marcou a despedida de Boseman, em uma das atuações mais emocionantes da década.
De lá pra frente, vieram mais joias: Tick, Tick… Boom! (2021), com Andrew Garfield brilhando como o criador de Rent; Pinóquio de Guillermo del Toro (2022), um conto sombrio e vencedor do Oscar de animação; Nimona (2023), uma aventura futurista com representatividade LGBTQ+ e visual deslumbrante; e, por fim, A Sociedade da Neve (2024), o angustiante drama de sobrevivência sobre o desastre nos Andes, que rendeu duas indicações ao Oscar.
A Netflix, no entanto, chegou ao seu ápice de audiência em 2025. Guerreiras do K-Pop é o filme mais assistido da história da plataforma. A animação se tornou um verdadeiro fenômeno internacional, emplacando hits no Billboard.
De 2015 a 2025, a Netflix provou que o streaming não é o inimigo do cinema — é sua nova forma de existir. E, olhando para essa linha do tempo de sucessos, fica claro que o futuro das grandes histórias também pode começar com o clique em “Assistir agora”.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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