FILMES E SÉRIES

Michael B. Jordan e Miles Caton em cena de Pecadores; filme mostrou o potencial da Warner Bros. para a Netflix

(Foto: Divulgação/Warner Bros.)

Mudança em Hollywood

As 5 consequências explosivas da Netflix assumir a Warner Bros.

A fusão mexe com um dos pilares mais prestigiados da companhia: HBO

Victor Cierro
Victor Cierro

A indústria já estava preparada para grandes movimentos em 2025, mas nada se comparou ao impacto desta semana. A Netflix surpreendeu Hollywood ao fechar a compra da Warner Bros., um passo que não só altera o equilíbrio de poder no entretenimento como também redesenha o futuro de cinemas, streaming, TV e até games. A negociação, avaliada em aproximadamente US$ 83 bilhões (R$ 451 bilhões), já é tratada como a fusão mais ousada da era moderna.

O acordo coloca a Netflix em um patamar inédito. Até poucos meses atrás, não era considerada uma candidata séria à aquisição. A própria fala do co-CEO Ted Sarandos, “somos melhores construtores do que compradores”, ainda ecoava entre executivos. Porém, a gigante do streaming resolveu desafiar expectativas e fez a oferta que Paramount não conseguiu acompanhar. Caso os trâmites avançem como previsto, a transação deve ser concluída no terceiro trimestre de 2026.

Com esse movimento, Hollywood entra em um território desconhecido. Afinal, o que significa uma fusão desse tamanho para o público, para as salas de cinema e para o catálogo de alguns dos maiores clássicos já criados? A Tangerina analisa cinco consequências que já estão preocupando executivos, criadores e fãs.

Netflix virou tudo de cabeça para baixo

A primeira grande reviravolta envolve as janelas de exibição. A Warner Bros. viveu um ano histórico no cinema, com sucessos como Pecadores, de Ryan Coogler, e Uma Batalha Após a Outra, de Paul Thomas Anderson. Mas, sob o comando da Netflix, essa realidade deve mudar. Segundo o planejamento interno, a empresa deve reduzir drasticamente o tempo entre o lançamento nas salas e a chegada ao streaming. O cenário mais provável aponta para janelas de 14 a 30 dias, o que ameaça diretamente o setor exibidor e gera resistências entre grandes redes e sindicatos.

Leonardo DiCaprio em cena de Uma Batalha Após a Outra

Leonardo DiCaprio em cena de Uma Batalha Após a Outra

(Foto: Divulgação/Warner Bros.)

Outra consequência explosiva está no destino do catálogo clássico da Warner. A nova dona passa a controlar obras como O Mágico de Oz, Cidadão Kane e Casablanca. Embora a Netflix ofereça acesso facilitado para o público, especialistas temem a redução de mídias físicas e a perda de espaços dedicados à preservação.

A fusão ainda mexe com um dos pilares mais prestigiados da companhia: HBO e HBO Max. Após a cisão da Warner e Discovery em duas empresas, a Netflix herdará o braço de filmes e streaming, mas não levará todos os canais. Mesmo assim, analistas acreditam que o plano final da empresa é integrar totalmente os catálogos e transformar HBO em um selo de prestígio dentro da plataforma, seguindo modelo parecido com o da FX sob a Disney.

Warner Bros. tem muito a oferecer

O impacto também chega aos quadrinhos. Em um cenário surpreendente, a DC Comics pode ser uma das poucas áreas que ganham com a mudança. Para continuar produzindo filmes e séries, a Netflix deve preservar a divisão de quadrinhos, algo que pode impulsionar a editora como braço de criação e até permitir que propriedades da própria Netflix ganhem adaptações em HQs. A diferença em relação à aquisição da Millarworld, que não rendeu frutos, é que a DC possui uma estrutura consolidada e indispensável ao novo negócio.

Por fim, um ponto decisivo está nos games. A compra inclui três estúdios de peso: NetherRealm, Rocksteady e TT Games. A empresa já tenta há anos fortalecer o setor, mas com resultados tímidos. Com esses novos estúdios, a Netflix ganha acesso a franquias como Mortal Kombat e LEGO Games, além de oportunidades para integrar títulos ao catálogo de assinantes. Porém, cortes devem acontecer, especialmente após o prejuízo de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) com Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, da Rocksteady.

A fusão coloca Hollywood diante de consequências que vão muito além do streaming. O público, os criadores e os cinemas sentirão os efeitos dessa mudança por anos. E, enquanto a finalização do acordo se aproxima, a pergunta permanece: estamos diante de um novo império do entretenimento ou de um abalo profundo na estrutura que conhecemos?

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QUEM FEZ
Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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