A Odisseia vira evento e reacende a magia de ir ao cinema

A Odisseia está prestes a entrar em uma nova fase de divulgação, e tudo indica que o próximo filme de Christopher Nolan será tratado menos como um lançamento tradicional e mais como um grande acontecimento cultural. O primeiro trailer completo será exibido junto às sessões de Avatar: Fogo e Cinzas na próxima quinta-feira (18), mas alguns espectadores terão acesso antecipado a um prólogo de seis minutos que chega uma semana antes, exibido exclusivamente nas reestreias em IMAX de Pecadores e Uma Batalha Após a Outra. A estratégia já começou a alimentar a sensação de que o longa é algo que precisa ser vivido em sala de cinema.

A campanha de A Odisseia deixa claro que a aposta é transformar o filme em um evento. Enquanto a maior parte dos trailers busca viralizar nas redes, o teaser exibido em julho, junto a Jurassic World: Recomeço, ficou restrito às salas de cinema e nunca foi lançado oficialmente online. A procura foi tanta que ingressos para sessões especiais só de trailer em formatos premium se esgotaram rapidamente. Essa lógica de exclusividade relembra mais o clima de shows do que o de lançamentos tradicionais, mas tem funcionado porque coloca o público de volta no centro da experiência cinematográfica.

A Odisseia quer fugir do básico

O movimento conversa com algo que Hollywood tenta recuperar há anos. Tratar os filmes como eventos virou a solução mais comentada para reaquecer o interesse pelas salas, mas o excesso de franquias e lançamentos simultâneos no streaming acabou enfraquecendo a sensação de urgência. A Odisseia explora uma via diferente. Assim como Oppenheimer reforçou que o IMAX 70 mm era a forma definitiva de se assistir ao longa, Nolan e a Universal agora direcionam o foco para os trailers, usando cada material promocional como um acontecimento em si. O objetivo é simples: fazer o público sentir que o cinema é o único lugar onde essa experiência acontece de verdade.

Robert Pattinson em cena de A Odisseia

(Foto: Divulgação/Universal Pictures)

A resposta do público a movimentos recentes mostra que essa estratégia faz sentido. Este ano, Ryan Coogler usou o mesmo princípio com Pecadores, divulgando os formatos de projeção do filme em detalhes e transformando essa informação em parte do marketing. A divulgação caiu no gosto dos fãs, criando a ideia de que escolher onde assistir também faz parte da experiência. Com A Odisseia, esse raciocínio vai além, gerando expectativa não só pelo filme, mas pelo ato de ir ao cinema.

Maior estreia de 2026?

Essa abordagem chega em um momento crucial. Salas ao redor do mundo ainda tentam recuperar a regularidade de público, e lançamentos capazes de restaurar o hábito do cinema vêm se tornando cada vez mais raros. Filmes-evento como A Odisseia precisam deixar claro que são mais do que estreias, e sim vivências únicas. Em vez de depender apenas do hype digital, a estratégia aposta no FOMO (Medo de Ficar de Fora) do público para transformar cada novo material em um acontecimento.

Se os espectadores saírem das sessões de julho de 2026 com a sensação de terem vivido algo especial, A Odisseia terá cumprido seu papel. Mais do que promover um blockbuster, a campanha deixa evidente que a experiência coletiva da sala escura ainda tem força. Basta que um filme realmente se proponha a tratá-la como algo único.

O elenco do longa reúne grandes nomes em papéis centrais da mitologia grega. Matt Damon vive Odisseu, enquanto Zendaya interpreta Atena e Tom Holland assume o papel de Telêmaco. Anne Hathaway dá vida a Penélope e John Leguizamo aparece como Eumeu. Outros nomes incluem Robert Pattinson como Antínoo, Mia Goth como Melanto, Jon Bernthal como Euríloco, Samantha Morton como Antíope, Lupita Nyong’o como Clitemnestra e Charlize Theron como Circe.

Matt Damon no filme A Odisseia

(Foto: Divulgação/Universal Pictures)