FILMES E SÉRIES

Scott Elrod e Anne Heche em Men In Trees

Divulgação/ABC

JENNY BICKS

Criadora de Men in Trees lamenta fama de ‘problemática’ de Anne Heche

A produtora Jenny Bicks compartilhou uma visão bem diferente de Anne Heche daquela que o público se acostumou a ver nos tabloides

Luciano Guaraldo

Morta no último fim de semana, Anne Heche (1969-2022) ficou marcada mais pelas controvérsias de sua vida pessoal do que por seus trabalhos. E, para Jenny Bicks, criadora e showrunner da série Men in Trees (2006-2008), a fama de “problemática” e “louca” prejudicou a atriz que ela escolheu para ser sua estrela. “Ela teve que lutar o tempo todo contra a percepção que as pessoas tinham dela”, lamentou.

Em um relato emocionado para a Variety, Jenny Bicks compartilhou algumas das boas lembranças que teve com Anne durante os dois anos em que trabalharam juntas. “Ela era o sonho de qualquer showrunner. Uma líder forte e empática que estava sempre pronta para fazer sua parte. Ela sabia que, como a primeira da lista de elenco, era seu dever dar o tom de inclusão e de felicidade no set”, escreveu.

“Anne Heche estava acostumada a ver seu nome nas manchetes de jornal. Men in Trees surgiu em um momento de virada para a vida dela. Ela sabia que tinha muito a provar com a série. Ela também sabia que tinha uma fama de ‘louca’ e de que não era confiável como atriz. Pela minha experiência com Anne, nada disso era verdade. Mas ela conhecia sua reputação, tanto que escolheu Call Me Crazy [Me Chame de Louca] como título de sua autobiografia.”

“Ela sabia que eu a queria para o papel principal da série, mas também estava ciente de que os executivos da ABC estavam receosos de apostar nela como a protagonista de uma atração no horário nobre. Eu a admiro pela maneira como lidou com isso. ‘Deixe-me fazer um teste. Vou conquistar o papel’, ela pediu. E, obviamente, ela conquistou todo mundo na sala com sua audição.”

“Nós gravamos Men in Trees em Vancouver, com um elenco grande e poucas pessoas que eram da cidade. Então, Anne Heche virou uma mãezona para todos. Nós íamos para a casa dela para jantar, jogar pôquer e dar risada. Era um alívio para mim saber que ela estava lá, cuidando de todos ao mesmo tempo em que cuidava de Homer, seu filho, na época com cinco anos.”

“Apesar de tudo o que aconteceu, eu gostaria que mais pessoas a entendessem. Ela era uma atriz tão talentosa. Ela adorava receber observações sobre seu trabalho, notas de como melhorar. Ela amava o processo de construir algo em conjunto. E era uma alegria trabalhar com ela, porque ela era muito aberta e incrivelmente motivada. Anne Heche era apaixonada por sua arte, uma pessoa brilhante. Ela ainda tinha muitos personagens incríveis para entregar.”

“E Anne nunca escondeu os seus traumas do passado. Ela poderia ter sido afetada por eles para sempre. Mas eles apenas a tornaram mais forte. Para alguém que viveu a vida da própria maneira, é difícil processar a maneira como a vida dela acabou. Ela precisou superar tantas coisas, o tempo todo, por conta de tudo que as pessoas pensavam dela.”

Informar Erro
Falar com a equipe
QUEM FEZ

Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

Ver mais conteúdos de Luciano Guaraldo

0 comentário

Tangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.

Acesse sua conta para comentar

Ainda não tem uma conta?