As semelhanças de O Refúgio Atômico e La Casa de Papel na Netflix

O Refúgio Atômico, uma série de suspense com toques de humor ácido da Netflix, estreou como o mais recente trabalho dos aclamados criadores de La Casa de Papel, Álex Pina e Esther Martínez Lobato. A dupla, que também esteve por trás do spin-off de La Casa de Papel, Berlim, tenta mais uma vez criar uma narrativa intensa e de alta pressão.

A conexão mais evidente entre O Refúgio Atômico e La Casa de Papel está na fascinação dos criadores por ambientes confinados. Assim como no assalto à Casa da Moeda, a nova série aprisiona os personagens em um espaço físico delimitado, neste caso, um luxuoso bunker subterrâneo –o nome da produção em inglês, inclusive, é Billionaires’ Bunker.

Álex Pina explicou que ele e Martínez Lobato são fãs de colocar a maior pressão possível sobre os personagens, usando esses espaços físicos para levar o drama e as emoções a um limite mais excessivo.

Outra semelhança é a abordagem narrativa que muda de gênero constantemente, descrita por Pina como uma “Boneca Russa”, de acordo com entrevista publicada pelo jornal espanhol La Vanguardia. O Refúgio Atômico começa com um tom apocalíptico e, em seguida, transforma-se em algo que mistura novela, comédia, drama carcerário e suspense.

Além disso, ambos os projetos priorizam uma identidade visual forte, o que os criadores veem como um ponto de venda fundamental no mercado internacional. Enquanto La Casa de Papel utilizava o vermelho, O Refúgio Atômico usa cores como azul e laranja para distinguir visualmente os hóspedes e os trabalhadores dentro do bunker.

Apesar dessas semelhanças técnicas e estilísticas, Martínez Lobato e Pina indicaram que a filosofia em O Refúgio Atômico é diferente de La Casa de Papel. O assalto de La Casa de Papel ocorreu num momento de esperança e chamada à revolução, mas O Refúgio Atômico reflete um tempo mais desencantado e menos utópico, focando no “salve-se quem puder”.

Conheça a trama e o elenco de O Refúgio Atômico

O Refúgio Atômico é uma série de suspense que critica ironicamente a elite econômica global. A história se passa quando a Terceira Guerra Mundial parece iminente, com a ameaça de um conflito nuclear.

A trama gira em torno de Max (Pau Simón), um jovem que acaba de ser solto da prisão após ser condenado por homicídio involuntário pela morte de sua namorada em um acidente de carro. Seu pai, Rafa (Carlos Santos), o resgata para levá-lo com a família para o Kimera Underground Park, um bunker secreto e ultraluxuoso construído a cerca de 300 metros abaixo do solo para abrigar as pessoas mais ricas da Espanha. O complexo é gerenciado por Minerva (Miren Ibarguren), a designer do local.

Dentro do refúgio, o dinheiro dos hóspedes se torna quase inútil. No entanto, a sobrevivência física não garante a paz. Max descobre que também estão no bunker Guillermo (Joaquín Furriel) e Asia (Alícia Falcó), o pai e a irmã de sua namorada mora, o que reacende uma rivalidade e culpa intensas entre as duas famílias. À medida que as bombas nucleares caem e o mundo da superfície é obliterado, os personagens são forçados a tirar suas máscaras, expondo grandes segredos e as misérias morais da elite.

A ideia para O Refúgio Atômico surgiu a Pina e Martínez Lobato durante o auge da pandemia, quando leram notícias sobre a construção de bunkers de luxo subterrâneos. Eles viram isso como um cenário perfeito para uma série “marota, espirituosa” sobre os ricos em meio a um apocalipse..

O Refúgio Atômico é considerada pela Netflix um dos projetos audiovisuais mais ambiciosos já empreendidos na Espanha, sendo a primeira série espanhola da plataforma a utilizar extensivamente a produção virtual, filmada em um estúdio de mais de 7.200 metros quadrados, no Centro de Produção Tres Cantos da Netflix, em Madri.