Divulgação/Twentieth Century Studios
Mesmo com mais de três horas de duração, longa teve várias ideias descartadas pelos roteiristas antes da versão final
Filme mais rentável de 2022, Avatar: O Caminho da Água (2022) levou o público de volta ao mundo de Pandora e apresentou uma nova tribo de Na’vis aos fãs da franquia criada por James Cameron (Titanic). Com mais de três horas de duração, o longa introduziu vários elementos até então inexplorados da exolua, mas algumas sequências precisaram ser descartadas do corte final que foi aos cinemas.
Uma destas sequências descartadas pelos roteiristas envolvia uma batalha espacial envolvendo dois clãs de Na’vis. A sala de roteiristas liderada por Cameron contava com quatro escritores para ajudar o diretor a pensar na trama da sequência, e o grupo passou meses trabalhando para entender como o conflito armado no espaço poderia se encaixar na narrativa pensada para O Caminho da Água.
Em entrevista à revista Entertainment Weekly, Rick Jaffa, roteirista que completa o quarteto formado com Josh Friedman, Shane Salerno e Amanda Silver, explicou que a sequência envolvia uma grandiosa batalha entre dois clãs diferentes de Na’vis. A ideia ficou tão avançada que James Cameron chegou a escrever um roteiro exclusivo apenas para descrever como tais cenas seriam desenvolvidas.
“Havia uma ideia de uma batalha espacial com Na’vis. Essa ideia ganhou muita força e conversamos muito sobre isso. Estávamos lutando, no entanto. Como isso funcionaria com a história que estamos contando? Jim disse: ‘Bem, me dê algumas semanas.’ Ele saiu e escreveu um roteiro inteiro sobre isso. E, a propósito, era um roteiro brilhante”, contou Jaffa.
Cena de Avatar: O Caminho da Água
Divulgação/20th Century Fox
Apesar de investir muita energia e tempo na batalha espacial, a equipe acabou descartando a ideia, que ficou de fora do roteiro final de Avatar: O Caminho da Água. À publicação, Jaffa detalhou a razão que convenceu a equipe a deixar de lado a proposta. “No final das contas, todo o roteiro foi jogado fora porque simplesmente não funcionava com a história que estávamos contando.”
Algumas das ideias descartadas para a sequência de Avatar (2009), no entanto, não ficaram restritas às pessoas que estavam na sala de roteiristas. Elas foram compiladas em uma história em quadrinhos intitulada Avatar: The High Ground escrita por Sherri L. Smith e publicada em três volumes. A sequência da batalha espacial, situada anos antes de O Caminho da Água, está entre as que foram selecionadas para a HQ.
De acordo com Jaffa e Amanda, a sala dos roteiristas costumava pegar uma ideia como essa e explorá-la intensamente durante alguns dias para ver se seria viável para a trama. “Algumas eram apenas coisas menores. Uma ideia secundária que nós riscaríamos. Poderia ser qualquer coisa, desde um ponto da trama até um personagem.”
“A ideia era [passar] seis meses na sala de roteiristas e bater ponto a ponto três filmes, o que descreveria uma saga maior, mas cada filme seria distinto”, completou Amanda Silver. “Não sabíamos qual filme iríamos escrever. Investiríamos em todos eles e em cada trama de cada filme. Então, chegaria o Natal [de 2013], e Jim nos diria qual filme tínhamos e nos mandava para escrever. E ele trabalharia no texto conosco.”
De acordo com Amanda, foram tantas ideias apresentadas para Avatar: O Caminho da Água que a equipe precisou dividir a trama em dois filmes distintos. O grande desafio era encaixar o material nas narrativas pensadas para cada longa.
“Eram apenas toneladas e toneladas de material. O desafio era como encaixar tudo isso e fazer com que ressoasse emocionalmente no final do filme sem pressa. Foi assim que nosso filme –o primeiro [Caminho da Água] –se tornou dois”, finalizou.
Avatar: O Caminho da Água já arrecadou mais de US$ 1,9 bilhão (R$ 9,7 milhões) na bilheteria mundial e se tornou o sétimo filme mais rentável da história do cinema. O terceiro longa da franquia tem estreia marcada para 20 de dezembro de 2024.
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
Ver mais conteúdos de André ZulianiTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
Ainda não tem uma conta?