Divulgação/20th Century Studios
Novo longa da franquia estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (15) e explora o universo subaquático de Pandora
Mais de uma década se passou desde o lançamento de Avatar (2009). Dirigido por James Cameron (Titanic), o longa que se tornou a maior bilheteria de todos os tempos fez história e mudou a maneira de se fazer cinema para sempre. Com essa bagagem, qualquer franquia chegaria com uma responsabilidade enorme na hora de produzir uma sequência.
No caso de Avatar, o sonho de Cameron sempre foi dar continuidade às histórias de Pandora e da população Na’Vi da melhor forma possível. Após revolucionar o uso do 3D no cinema e popularizar o uso de captura de movimentos, o diretor vencedor do Oscar viu a necessidade de quebrar (mais uma vez) paradigmas e entregar uma sequência que não apenas honrasse o legado do original, como também elevasse o nível de perfeição técnica.
Entre especialistas e público geral, é quase unânime a opinião de que o filme original era uma “experiência visual”. Deslumbrante tecnicamente, o primeiro Avatar conquistou ao mostrar aquelas criaturas humanoides de tamanho fora do padrão e pele azulada como se fossem reais. A natureza e os animais nativos das florestas de Pandora tornaram-se tão populares que ganharam até um espaço temático em um dos parques do Walt Disney World, na Flórida (EUA).
Com tamanho legado, Avatar: O Caminho da Água estreia nos cinemas nesta quinta-feira (15) para levar o público de volta ao mundo de Pandora e explorar um lado desconhecido da franquia. Após desbravar as florestas locais, James Cameron usa a sequência para apresentar o universo marítimo local e introduzir um novo clã de Na’vis.
A família Sully em Avatar: O Caminho da Água
Divulgação/20th Century Fox
Na trama, muitos anos se passaram desde que Jake Sully (Sam Worthington) e Neytiri (Zoë Saldaña) derrotaram as forças da Terra e expulsaram os colonizadores de Pandora. Enquanto o ex-militar virou o líder dos Omatakayas, o clã da Floresta, alguns poucos humanos conseguiram a permissão para permanecer na exo-Lua e viver pacificamente ao lado dos Na’vi.
Após o fim do conflito, o casal protagonista criou uma família de quatro filhos. Três deles –os jovens Neteyam (Jamie Flatters), Lo’ak (Britain Dalton) e a caçula Tuk (Trinity Jo-Li Bliss)– são biológicos, enquanto a doce Kiri (Sigourney Weaver) foi adotada após nascer misteriosamente do antigo avatar de Grace Augustine (também Sigourney Weaver).
A família Sully consegue viver alguns anos em paz, até que o Povo do Céu (humanos) retorna a Pandora com uma força militar e poder bélico muito maior do que o visto no longa original. A volta é catastrófica e destrói parte das florestas dos Omatakayas, além de dar início a uma nova guerra civil entre os forasteiros e os Na’vis.
Com 13 anos separando o longa original da sequência, Cameron vai direto ao ponto com a trama de O Caminho da Água. O diretor não perde tempo dando voltas para explicar como Kiri está viva ou como a franquia possibilita o retorno do malvado coronel Miles Quaritch (Stephen Lang), vilão de Avatar que morreu na batalha final. As (poucas) justificativas estão ali –e o público que lide com elas.
Ronal (Kate Winslet) e Tonowari (Cliff Curtis) são os líderes do clã Metkayina
Divulgação/20th Century Fox
Um ano após a volta do Povo do Céu, Na’vis e humanos vivem em uma guerra civil pela existência em Pandora. O retorno de Quaritch, que agora vive no corpo de um avatar como o de Jake, coloca um sinal de alerta na família Sully. Com a vida de seus filhos e de todo o clã Omatakaya em risco, ele e Neytiri decidem que o certo a se fazer é fugir para que ninguém mais se machuque por sua causa.
Ao deixar as florestas, os Sully percorrem metade da exo-Lua para pedir asilo aos Metkayina, tribo aquática de Na’vi que vive nas águas rasas do oceano pandoriano. Assim como os vários clãs locais, esta comunidade é liderada pelo casal Ronal (Kate Winslet) e Tonowari (Cliff Curtis), que aceita a presença de Jake e seus filhos mesmo com o medo de que a família leva a guerra até eles. Diferentemente dos Omatakayas, contudo, estes Na’vis possuem a pele mais esverdeada e outras características singulares que os ajudam a viver na região.
Agora parte do clã Metkayina, o Povo do Mar, Jake e sua família precisam aprender seus costumes e como viver próximo às águas do oceano de Pandora. Desta forma, Cameron repete a fórmula do Avatar original e usa as aulas da família Sully para apresentar ao público um miniuniverso local completamente novo e nunca visto antes.
Assim como no primeiro filme, o subtexto proposto por James Cameron nesta sequência discute a importância da preservação da natureza e das criaturas que lá habitam. Após mostrar os humanos destruindo as florestas, o cineasta mostra como a humanidade também é um perigo para a vida marítima e seus animais. Em Avatar, a ganância do Povo do Céu e a sua ambição em tomar tudo e todos com força bélica mostra quem, afinal, é o verdadeiro vilão deste e de outros mundos.
Avatar 2 explora o mundo subaquático de Pandora
Divulgação/20th Century Studio
Ao entrar neste universo subaquático, Avatar: O Caminho da Água se torna um espetáculo visual maior e melhor do que o longa original. Através das lentes comandadas pelo diretor de fotografia Russell Carpenter, viajar pelo oceano pandoriano e conhecer as criaturas que lá habitam é quase como assistir a um documentário de vida marítima rodado com os melhores equipamentos do mundo.
A perfeição em cada detalhe colocada em cena por Cameron mostra que, de fato, eram necessários 13 anos entre um filme e outro para atingir este nível de excelência. No entanto, mesmo que Avatar 2 seja em sua essência um filme melhor do que o original, esse pacote não impede que a sequência repita alguns erros.
O primeiro Avatar sofreu com críticas por sua narrativa pouco original e batida, e o segundo também não consegue escapar disso. Vários dos arcos dos personagens, principalmente os que envolvem as crianças e o de Quaritch, já foram vistos constantemente em outras obras cinematográficas. Embora a execução seja competente, há um sentimento constante de estar assistindo a uma história antiga em uma roupagem caríssima e exuberante.
Felizmente, estes tropeços não impedem que O Caminho da Água eleve a franquia e o universo de Pandora. Como o plano de James Cameron envolve a produção de até sete filmes de Avatar, várias questões e desenvolvimentos interessantes são deixados de lado para que possam ser explorados nas vindouras sequências. Desta forma, personagens como Kiri, Lo’ak e até Spider (Jack Champion), humano que nasceu entre os Na’vi após os eventos do primeiro longa, devem ganhar mais destaque no futuro.
Depois de tantos anos de espera, os fãs da franquia Avatar podem ficar satisfeitos com o resultado visto em tela. Mesmo que os desafios para a sequência fiquem ainda maiores com o sucesso de O Caminho da Água, o mundo de Pandora e os Na’vi ainda devem permanecer ativos durante muito tempo na cultura pop.
Avatar: O Caminho da Água
Trailer legendado
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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