Divulgação/Canal Brasil
Rafael Primot, diretor e roteirista de Chuva Negra, revela como coordenou os bastidores da série para que fossem confortáveis para todos
Série disponível no Globoplay e com dois episódios lançados toda sexta-feira no Canal Brasil, Chuva Negra é um suspense dramático que traz como protagonista uma pessoa com síndrome de Down. A série, aliás, é inteiramente costurada em meio à diversidade, mas passá-la com naturalidade foi a grande sacada do diretor, roteirista e também ator da atração, Rafael Primot.
“O nosso papel como produtor e realizador é colocar isso [a diversidade] de uma maneira natural, simples. A ideia é assistir a essa história e ver que tem essas figuras que fazem parte, como é na vida, como deveria ser sempre”, afirma Primot em entrevista à Tangerina.
“Faltam, no geral, modelos de representatividade. Modelos felizes de relacionamentos e novas possibilidades. Quando a gente não vê isso representado, o público médio e careta estranha quando vê isso na casa dele. Quando a gente coloca isso de uma maneira fluida, natural e normal –ou seja, não é só sobre isso que a gente está falando aqui, mas também é–, a gente vê que vai transformando devagarzinho a sociedade.”
Além de João Simões, que interpreta Lucas e é um ator com síndrome de Down, a série conta a história da Micha, uma mulher trans interpretada por Leona Jhovs, traz representatividade de relacionamentos homoafetivos com a relação entre os personagens de Kiko Mascarenhas e Dudu de Oliveira, e tem também um advogado vivido pelo ator Giovanni Venturini, que é uma pessoa com nanismo.
“Eu chamei ele para fazer, ele leu e perguntou: ‘Você me mandou o personagem certo?’, e eu respondi que mandei. Ele disse: ‘É que ele é advogado’. Sim, ele é advogado e pronto. Tem mais camadas além de ele ser uma pessoa com nanismo, ele só existe, a gente dá um pouco de luz a isso, deixar que as pessoas sejam visíveis”, acrescenta.
Para Rafael Primot, foi fundamental criar um ambiente acolhedor nos bastidores de Chuva Negra, para que todos se sentissem à vontade trabalhando. “Eu quero que todos fiquem confortáveis”, confessa. “Quero que todos façam parte disso, porque cada um tem a sua particularidade, suas questões e as suas necessidades. Foi um processo muito bonito. Eu sou ator e não funciono sob pressão em ambientes extremamente tensos, então tento criar um ambiente confortável para mim, quero que as pessoas proponham. Eu não quero executores, eu quero artistas.”
Chuva Negra é exibida todas as sextas-feiras no Canal Brasil, a partir das 22h30. A primeira temporada da série já está disponível na íntegra no Globoplay.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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