FILMES E SÉRIES

Noémie Merlant interpreta Emmanuelle no remake de clássico do Cine Privé

Noémie Merlant como Emmanuelle (Foto: Divulgação)

CLÁSSICO DO CINE PRIVÉ

Detonado pela crítica, remake de Emmanuelle chega ao streaming

Filme traz uma nova versão da personagem que fez sucesso no Brasil nas noites de cinema da madrugada na Band

Vinícius Andrade, Tangerina
Vinícius Andrade

A icônica personagem Emmanuelle, que se tornou um clássico do cinema erótico e um fenômeno cultural no Brasil graças às exibições no Cine Privé da Band, está de volta em uma nova versão, lançada recentemente para aluguel em plataformas de streaming, como Apple TV+ e Prime Video. O filme original de 1974, baseado no romance de Emmanuelle Arsan e estrelado por Sylvia Kristel, foi um sucesso de bilheteria e contribuiu para o debate sobre a “revolução sexual” da época.

No Brasil, a saga Emmanuelle, com suas cenas de “pornô light” –erotismo não explícito com poucas partes nuas à mostra–, era um destaque da programação da Band.

O Cine Band Privé, que começou em 1993 como Sexta Sexy e se tornou Cine Band Privé em 1995, atingiu seu auge nos anos 2000, chegando a picos de nove pontos de audiência e, por vezes, a liderança em São Paulo, superando outros programas populares. Em 2019, Emmanuelle 2: A Antivirgem, de 1975, foi escolhido para marcar o retorno da sessão, que é exibida até hoje nas madrugadas de sábado.

Remake de Emmannuelle no streaming

Agora, após uma passagem discreta pelos cinemas, a releitura da história está disponível para aluguel online. O novo filme é dirigido por Audrey Diwan, vencedora do Leão de Ouro em Veneza por seu elogiado filme O Acontecimento (2021). A nova Emmanuelle é interpretada por Noémie Merlant, conhecida por Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019).

Chacha Huang e Noémie Merlant em Emmanuelle, remake de filme clássico

Chacha Huang e Noémie Merlant em Emmanuelle

(Foto: Divulgação)

O filme a mostra como uma inspetora de qualidade de uma luxuosa rede de hotéis, em uma viagem de negócios a Hong Kong, em busca de um prazer perdido. No elenco, também estão Naomi Watts como a gerente do hotel Margot, e Will Sharpe, de The White Lotus, como Kei Shinohara, um engenheiro enigmático. Jamie Campbell Bower, Chacha Huang e Anthony Wong completam o time.

Audrey Diwan, que afirmou não ter visto o filme original e que ele “não foi feito para [ela] e para o seu prazer”, propõe uma abordagem diferente, com a intenção de colocar a subjetividade e o prazer feminino no centro da narrativa. Enquanto a Emmanuelle original era uma modelo passiva, casada com um libertino e ansiosa por prazer, a nova versão é uma mulher de carreira, que busca a descoberta de seu próprio desejo. A cena de sexo no avião, uma referência ao original, é apresentada com a nova Emmanuelle sentindo “50 tons de decepção”.

A diretora repudia elementos da versão original, como a personagem ser abusada sexualmente ou vendida como mercadoria, buscando uma visão mais feminista e respeitosa da mulher. O novo filme, no entanto, apresenta uma “redução significativa do conteúdo sexual” em comparação com o original.

Assista ao trailer:

O novo filme não caiu no gosto da crítica

Apesar da proposta de renovação, o filme Emmanuelle não obteve uma recepção calorosa da crítica especializada. The Hollywood Reporter descreveu o longa como um “exercício embaraçoso de refilmagem revisionista inútil”, mais “bonito do que proposital” e carente de humor, resultando em um “clichê do século 21” de uma história de “garota-poder” sexualmente positiva. Para a revista, embora a trilha sonora e a cinematografia sejam elogiáveis, o resultado final se assemelha a um comercial elegante de um produto que ninguém pode comprar ou precisa.

O Deadline, por sua vez, considerou a tentativa de Diwan “corajosa”, mas que deixou “muito a desejar”. Observou que, apesar de tentar replicar a estrutura do original, cena por cena, a nova Emmanuelle nunca se diverte. A publicação apontou que, embora o tema do desejo feminino seja rico, as credenciais feministas do filme serão questionadas, e que a obra muitas vezes parece “impotentemente inútil”.

A Variety chamou a refilmagem de “um grande anticlímax”, descrevendo-a como “inerte e frequentemente frígida”. A revista criticou o fato de que o filme tem “pouco de interessante a observar ou dizer sobre a mulher em seu centro, muito menos sobre conceitos mais amplos de sexo e feminilidade”. A Variety também mencionou que o erotismo é muito brando e observou a “significativa redução do conteúdo sexual”. Considerou os diálogos “não convincentemente humanos” e os atores com uma “frieza desinteressada”.

No IMDb, que considera avaliações de pessoas que assistiram ao filme, a nota é de apenas 4,1/10, o que indica que as pessoas não gostaram do que viram. Já no Rotten Tomatoes, a nova Emmanuelle tem apenas 16% de aprovação entre os críticos.

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Vinícius Andrade, Tangerina

Vinícius Andrade

Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news

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