FILMES E SÉRIES

Cena de Lilo & Stitch, novo live-action da Disney

Divulgação/Walt Disney Pictures

Em busca de bilheteria

Disney precisa reavaliar suas estratégias após Lilo & Stitch

A empresa do Mickey Mouse está dedicando grande parte de seus recursos em live-actions batidos

Victor Cierro
Victor Cierro

O fracasso do live-action de Branca de Neve acendeu um alerta nos corredores da Disney. A recepção negativa ao projeto fez o estúdio tomar uma decisão drástica: desacelerar sua aposta em remakes de animações clássicas. A primeira vítima dessa mudança de rota foi a versão em carne e osso de Enrolados, que teve seu desenvolvimento suspenso por tempo indeterminado. No entanto, Lilo & Stitch –que estreia nesta quinta-feira (22)– reacendeu o debate mais uma vez.

A estratégia da Disney de revisitar seus sucessos do passado parece ter perdido força. Os live-actions deixaram de ser eventos cinematográficos e passaram a ser vistos como repetições preguiçosas, sem o brilho das animações originais. Lilo & Stitch é o mais novo exemplo dessa tendência. Apesar do apelo emocional da nostalgia, a nova versão não traz novidades que realmente justifiquem sua existência.

A crítica mais frequente a esses remakes é a falta de adição real ao material original. Em muitos casos, os filmes apenas repetem o enredo, com mudanças pontuais que pouco impactam a narrativa. Lilo & Stitch, por exemplo, tenta manter o tom afetuoso da animação, mas as alterações visuais e de dinâmica entre os personagens geraram controvérsia.

Mesmo sem um legado longo, outra aposta da Disney já está a caminho: o live-action de Moana. Lançado originalmente em 2016, o filme ainda é recente demais para despertar o fator nostalgia que tantos outros remakes tentam explorar. A decisão de recontar essa história, inclusive com Dwayne Johnson no elenco, levanta questionamentos sobre o real propósito da adaptação.

Dilema da Disney?

Curiosamente, Moana segue como uma das franquias mais valiosas da Disney na atualidade. A continuação, que chegou aos cinemas em novembro de 2024, provou seu poder comercial de forma imediata. A bilheteria do segundo filme ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) mundialmente, um feito que poucos longas recentes conseguiram repetir.

Diante desse cenário, a Disney se vê obrigada a refletir sobre seu modelo atual. A dependência excessiva de propriedades estabelecidas enfraquece a criatividade e afasta o público em busca de experiências novas. A repetição de fórmulas já não é sinônimo resultados, como ficou evidente com Pinóquio (2022), Peter Pan & Wendy (2023) e o próprio Branca de Neve.

Resta à Disney decidir até quando vai se apoiar no passado. O estúdio construiu um império com histórias originais e inovações tecnológicas. Reencontrar esse espírito criativo pode ser o único caminho para reconquistar o prestígio e o sucesso comercial que marcaram sua trajetória por décadas.

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QUEM FEZ
Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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