Divulgação/Imagem Filmes
Duda Santos faz uma jornalista empoderada em Pronto, Falei, e quer ver mais personagens assim interpretadas por mulheres negras
No ar na novela Travessia como Isa, Duda Santos tem apenas 20 anos e faz sua estreia no cinema na comédia Pronto, Falei, ao lado de Nicolas Prattes e Rômulo Arantes Neto. No filme, ela interpreta Daniela, uma jornalista incrível que não abre mão de seus ideais e de perseguir uma história importante. Com uma personagem tão forte, a atriz espera servir de inspiração para outras mulheres negras.
“É um lugar que, há muito tempo, a gente não ocupa. A gente nunca ocupou, para ser bem sincera. As mulheres negras sempre foram muito estereotipadas: tinha uma mulher negra, mas era a empregada, ou que não tinha um papel muito relevante”, declara a atriz em entrevista à Tangerina.
Além de ser dona de si, a personagem é disputada e desejada pelos dois protagonistas, lugar que Duda afirma que era difícil de se ver até pouco tempo atrás. “A mulher negra acabava não sendo um objeto de desejo, ela nunca era a bonita, nunca era estável, nunca tinha uma profissão. É muito importante, para mim, fazer a Daniela. Estar nesse lugar, mostrar para outras meninas negras que é possível”, desabafa. “A gente é linda, a gente é poderosa, a gente pode alcançar e voar muito alto. Então, eu gostei muito de ter feito a Daniela, foi um filme muito importante pra mim.”
Para Duda Santos, Daniela fez com que ela se sentisse mais segura de si. “É o começo de uma história, ainda mais estando nesse lugar, representando uma personagem poderosa, linda, inteligente, segura. Eu aprendi muito com Daniela também. A segurança nunca foi minha melhor amiga, mas a Dani me fez ser uma menina mais segura, me transformar em uma mulher neste ano de trabalho e nessa etapa da minha vida”, conta.
Cada vez mais inserida no meio artístico, Duda também torce para que o público volte aos cinemas neste momento, principalmente os jovens. “A arte é uma forma de vida, a arte salva”, declara.
“Eu não ia muito ao cinema quando era pequena e acho que, se tivesse ido, muita coisa teria acontecido de forma diferente. Minha irmã é uma menina com 15 anos, preta, e eu a levo ao cinema para ver e se desenvolver, porque aprendemos muito. E é essencial saber da importância do que é nosso, do cinema nacional; temos que valorizar o que é nosso.”
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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