(Foto: Divulgação/Netflix)
Assassino confesso de duas mulheres, ele cometeu uma série de crimes doentios
A nova temporada da antologia de crimes reais de Ryan Murphy e Ian Brennan, Monstro – A História de Ed Gein, que estreou nesta sexta-feira (3) na Netflix, mostra quem foi Edward Theodore Gein, o assassino e ladrão de túmulos de Plainfield, Wisconsin. Os crimes cometidos por ele redefiniram o pesadelo americano. Ao longo dos oito episódios da série, o público se pergunta: Ed Gein matou o irmão? Quantas pessoas ele assassinou? Vamos te explicar a verdadeira história.
Ed Gein não é o assassino em série mais notório dos Estados Unidos, mas sua história patológica foi a base para alguns dos vilões mais icônicos do cinema de terror, como Norman Bates, de Psicose (1960), Buffalo Bill, de O Silêncio dos Inocentes (1991), e Leatherface, de O Massacre da Serra Elétrica (1974).
Ed Gein, que operou nos campos rurais de Wisconsin nos anos 1950, confessou ter assassinado duas mulheres.
As vítimas foram:
O crime final de Gein contra Bernice Worden levou à sua prisão em 1957. Quando as autoridades invadiram sua fazenda, eles encontraram uma cena de horror: o corpo nu e decapitado de Worden estava pendurado em um galpão. Durante a busca, as autoridades também descobriram a cabeça de Mary Hogan.
Embora Gein tenha confessado ambos os crimes, ele foi declarado culpado apenas pelo assassinato de Bernice Worden em 1968. Contudo, devido ao diagnóstico de esquizofrenia, ele foi considerado não culpado por motivo de insanidade. Ed Gein foi internado em hospitais psiquiátricos, onde permaneceu até sua morte por complicações de câncer em 1984, aos 77 anos.
Gein cometeu uma série de crimes doentios, incluindo o roubo de mais de 40 túmulos, e a transformação de restos humanos em utensílios domésticos, como abajures e móveis.
A nova série da Netflix levanta a questão de se Ed Gein, interpretado por Charlie Hunnam, matou seu irmão mais velho, Henry Gein (1901-1944). Na dramatização da série, Henry morre cedo, após Ed o atingir na cabeça com um pedaço de madeira e encenar um incêndio para esconder o assassinato.
Na realidade, Henry Gein, de 43 anos, morreu em 1944 durante um incêndio na vegetação pantanosa. Embora Henry tenha sofrido queimaduras graves, a causa oficial de sua morte foi asfixia, levando à insuficiência cardíaca, e as autoridades descartaram a possibilidade de crime na época.
Apesar da morte ter sido considerada acidental, as suspeitas sobre o envolvimento de Ed Gein aumentaram após seus crimes subsequentes virem à tona. Henry era o irmão que desejava se afastar da mãe controladora. Gein, no entanto, nunca confessou ter matado Henry, e ele nunca foi acusado ou julgado por qualquer crime relacionado à sua morte.
A nova temporada de Monstro na Netflix se aprofunda na origem do “Açougueiro de Plainfield,” explorando o impacto de sua criação na fazenda isolada de Wisconsin. Os criadores da série afirmam que o programa questiona se os monstros nascem ou são criados, e no caso de Gein, a resposta pode ser um pouco das duas coisas.
Gein teve uma infância isolada ao lado de um pai alcoólatra e uma mãe (Augusta Gein) ultrarreligiosa e dominadora, que pregava que todas as mulheres eram pecadoras, exceto ela. Essa dinâmica complexa levou Gein a desenvolver uma obsessão pela mãe.
A morte de Augusta em 1945 foi um catalisador para a descida de Gein à psicose. Sentindo-se totalmente isolado após perder o único contato que tinha, ele começou a roubar túmulos em cemitérios locais, procurando corpos femininos que servissem de “lembrança” de sua mãe.
Os psiquiatras da época sugeriram que Gein estava mutilando e preservando partes de mulheres que o lembravam de sua mãe, tanto para trazê-la de volta à vida quanto para destruí-la como fonte de sua frustração. Na série, essa fascinação por temas macabros é ligada à influência da mídia que Gein consumia, incluindo o fascínio por criminosos de guerra nazistas como Ilse Koch (1906-1967), que inspirou o uso de pele humana para artefatos.
A história de Ed Gein, com sua enigmática obsessão materna e sua predileção por criar objetos a partir de restos humanos, fez dele uma figura seminal que mudou o gênero de terror, inspirando a criação do arquétipo do “monstro que é seu vizinho”. Gein passou seus últimos dias internado, tendo sido diagnosticado com esquizofrenia e recebido cuidados até sua morte.
Se você tem curiosidade para ver fotos do Ed Gein real, a Getty Images tem um arquivo de registros em preto e branco do criminoso, no site: gettyimages.com.br/fotos/ed-gein.
Vinícius Andrade
Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news
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