FILMES E SÉRIES

Amy Bradley e o irmão Brad no navio de cruzeiro onde aconteceu o desaparecimento

(Foto: Divulgação/Netflix)

DOCUMENTÁRIO

Ela sumiu de um cruzeiro há 27 anos: o caso Amy Bradley na Netflix

Minissérie documental detalha o desaparecimento de uma jovem dos Estados Unidos que estava com a família em um navio no Caribe

Vinícius Andrade, Tangerina
Vinícius Andrade

Há mais de 27 anos, em 23 de março de 1998, a jovem Amy Bradley, então com 23 anos, desapareceu misteriosamente de um cruzeiro no Caribe enquanto viajava com sua família. O caso, que permanece sem solução, é o foco da nova minissérie documental em três episódios da Netflix, Onde Está Amy Bradley? (Amy Bradley Is Missing), que busca reacender a atenção para a história e trazer novas pistas.

A família de Amy, composta pelos pais Iva e Ron, e o irmão mais novo, Brad, nunca deixou de procurar por ela e acredita firmemente que ela ainda está viva. Mesmo para quem nunca teve contato com o caso, o documentário é bastante interessante.

O desaparecimento em alto mar

A viagem em família, que tinha como prêmio de incentivo de vendas do trabalho dos pais de Amy, Ron e Iva, a bordo do navio Rhapsody of the Seas da Royal Caribbean, transformou-se em um pesadelo. Amy, que era uma atleta e havia ganhado bolsa de basquete para a Longwood University, tinha muitos planos, incluindo um novo emprego e um apartamento.

Na noite de 23 para 24 de março de 1998, Amy e seu irmão, Brad, passaram a noite na discoteca do navio. Ao voltarem para a cabine que dividiam com os pais, Amy optou por ficar na varanda para pegar ar fresco. Seu irmão se despediu, e o pai, Ron, chegou a vê-la deitada em uma espreguiçadeira na varanda por volta das 5h30 da manhã. No entanto, quando Ron acordou novamente às 6h da manhã, Amy havia desaparecido.

A busca inicial no navio não revelou qualquer vestígio de Amy. Na época, a falta de celulares e a limitação do rastreamento do cartão-chave da cabine dificultaram a apuração. O diretor do cruzeiro na época chegou a sugerir que Amy teria caído ou pulado do navio. Contudo, nenhum corpo foi recuperado, o que mantém o caso em aberto e alimenta a esperança de que ela esteja viva.

A família de Amy nega veementemente a possibilidade de que ela tenha pulado ou caído, acreditando que ela tenha sido sequestrada ou traficada para fins de escravidão sexual. A lentidão no envolvimento de autoridades externas, devido à viagem em águas internacionais, também prejudicou a investigação inicial, e o quarto da família foi limpo antes da chegada do FBI, eliminando possíveis evidências.

Pistas e teorias sobre o sumiço de Amy

A minissérie da Netflix explora diversas teorias sobre o que pode ter acontecido com Amy. Uma das principais linhas de investigação apontou para Alister Douglas, um baixista com quem Amy foi vista dançando horas antes de seu desaparecimento.

Embora o FBI o tenha interrogado e seu teste de polígrafo tenha sido inconclusivo, nenhuma evidência direta o ligou ao sumiço. No entanto, a filha de Douglas, Amica Douglas, expressa suas próprias suspeitas sobre o pai na série e o confronta em tempo real por telefone durante as filmagens, uma cena rara em documentários de true crime.

Douglas nega qualquer envolvimento, alegando que apenas dançou com Amy. O baixista não falou na minissérie da Netflix, mas concedeu uma entrevista em 2024 negando sua participação no sumiço.

O baixista Alister Douglas antes e em foto recente

Esse é Alister Douglas em foto antiga e em outra que mostra como ele está hoje em dia

(Fotos: Reprodução/Netflix e YouTube)

Outras pessoas relataram ter visto Amy viva após o desaparecimento. David Carmichael afirmou ter visto uma mulher com uma tatuagem do Diabo da Tasmânia, que parecia Amy, em uma praia em Curaçao, acompanhada por dois homens, um dos quais ele suspeitava ser Alister Douglas.

Anos depois, um veterano da Marinha, Bill Hefner, disse ter encontrado uma mulher em um bar em Curaçao que se identificou como Amy Bradley e alegou estar sendo mantida contra sua vontade por dever dinheiro de drogas. Em 2005, Judy Maurer relatou ter visto uma mulher abalada, que se chamava Amy, em um banheiro em Barbados, sendo coagida por um grupo de homens.

Nesse mesmo ano de 2005, uma pista significativa surgiu quando um informante anônimo enviou à família Bradley um link para um site de garotas de programa, e uma das mulheres nas fotos, segundo análise forense do FBI, era Amy. O site do FBI tem fotos que projetam como Amy estaria atualmente.

Amy Bradley com a família no cruzeiro em 1998

Amy Bradley com a família no cruzeiro em 1998

(Fotos: Divulgação/Netflix)

A luta incansável da família

Apesar de quase três décadas, a família Bradley mantém a esperança inabalável de encontrar Amy. Eles citam a falta de um corpo e as diversas supostas aparições como motivos para acreditar que ela está viva. Os pais de Amy, Iva e Ron, mantêm um ritual diário de acordar pensando “talvez hoje” e dizer “talvez amanhã” antes de dormir, e Ron ainda cuida do carro de Amy na garagem.

O irmão de Amy, Brad, explicou que a incerteza, a falta de desfecho, permite que eles continuem a ter esperança. A família chegou a entrar com dois processos contra a Royal Caribbean Cruises por negligência, difamação e danos emocionais, mas ambos foram arquivados. De acordo com a revista People, Brad atualmente trabalha como assistente médico e, em homenagem à irmã, toca em uma banda cover com seu pai e outros parentes, chamada “Amy’s Brother’s Band”.

A família ainda atualiza um site com fotos de Amy e notou que um endereço de IP de Curaçao e Barbados visita o site regularmente em feriados, aniversários e datas comemorativas, permanecendo na página por cerca de 45 minutos.

Embora não haja certeza de que seja Amy, a família espera que ela saiba que eles continuam a procurá-la. A mãe, Iva, faz um apelo emocionante no final do documentário: “Se você souber de algo, por favor, nos dê a única coisa de que precisamos, por favor, faça isso por nós e faça isso por Amy”.

Amy Bradley foi encontrada?

Até o momento, Amy Bradley não foi encontrada. As autoridades ainda não sabem “por que e como ela desapareceu”. A minissérie da Netflix é considerada o tratamento mais abrangente do caso até agora, mas, como os diretores Ari Mark e Phil Lott afirmam, “nada responde adequadamente a tudo. E, de fato, tudo parece tornar o mistério ainda mais tentador”.

O caso permanece como um dos mais intrigantes mistérios de desaparecimento em alto mar, e a família segue aguardando por respostas, mantendo a chama da esperança acesa. Se você gosta de true crime, assista a Onde Está Amy Bradley? na Netflix.

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Vinícius Andrade, Tangerina

Vinícius Andrade

Jornalista e colaborador da Tangerina. Vinícius Andrade já foi editor do Notícias da TV e tem especialização em SEO. Interessado por tudo o que envolve mercado de entretenimento, tem mais de 13 anos de experiência na área e também trabalha com jornalismo local. E-mail: vinicius@tangerina.news

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