Divulgação/Pixar
A animação se destaca por tratar temas densos com delicadeza, como luto, identidade, expectativa e pertencimento
Elio estreia nesta quarta-feira (18) nos cinemas brasileiros com uma missão ambiciosa: provar que ainda há espaço para histórias originais em meio a reboots e sequências. A nova animação da Pixar aposta em uma aventura espacial sensível e divertida para conquistar o público —e consegue cumprir essa tarefa com louvor.
Na trama, uma organização intergaláctica confunde o jovem Elio com o líder da Terra. Sem entender o que está acontecendo, o garoto precisa aprender a se comunicar com seres de outros planetas e representar a humanidade enquanto tenta encontrar seu lugar no mundo. O enredo mistura ficção científica, humor e emoção, em uma jornada de amadurecimento que fala direto ao coração.
O filme se destaca por tratar temas densos com delicadeza. Questões como luto, identidade, expectativa, pertencimento e tradições familiares são abordadas sem didatismo. A Pixar acerta mais uma vez ao apostar na empatia como ferramenta narrativa, em vez de explicações óbvias ou mensagens forçadas.
Elio é um protagonista cativante, curioso e vulnerável. Sua conexão com Glordon, um alienígena que precisa seguir os passos do pai como guerreiro, é um dos pontos altos da história. Apesar das diferenças, os dois criam um laço improvável que desafia estereótipos e quebra barreiras culturais e emocionais.
Visualmente, Elio mantém o padrão elevado da Pixar, com mundos alienígenas ricos em detalhes, cores vibrantes e criaturas criativas. A trilha sonora reforça o tom emocional da narrativa e acompanha bem os momentos de tensão e ternura.
Embora não tenha o mesmo impacto imediato de clássicos como Up – Altas Aventuras (2009) ou Divertida Mente (2015), Elio conquista pela sinceridade e pela forma como dialoga com o público infantojuvenil sem subestimá-lo. É um filme sobre se sentir diferente —e descobrir que isso pode ser uma força.
Em um momento em que o cinema parece preso ao passado, Elio mostra que ainda é possível criar algo novo, tocante e necessário. A animação é um lembrete de que a originalidade ainda pode ser a maior força de Hollywood —e que a Pixar, mesmo em meio a altos e baixos recentes, ainda sabe emocionar.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
Ver mais conteúdos de Victor CierroTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
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