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Darío Madrona

Reprodução/YouTube

DARÍO MADRONA

Elite: Fãs brasileiros xingam criador por insatisfação com a série

Cocriador de Elite, Darío Madrona esteve à frente do hit da Netflix ao lado de Carlos Montero nas três primeiras temporadas

André Zuliani

Uma das principais séries da Netflix, Elite ajudou a pavimentar a recente popularidade de produções espanholas ao lado de La Casa de Papel (2017-2022). Apesar de ter se tornado sucesso mundial, no entanto, certas decisões criativas envolvendo a trama da atração deixou parte fãs extremamente revoltada –incluindo alguns brasileiros.

Darío Madrona, cocriador de Elite ao lado de Carlos Montero, veio ao Brasil neste mês para participar do Serie_Lab Festival, evento nacional voltado para o mercado de produção e desenvolvimento de séries. Ele esteve à frente do hit espanhol de 2018 a 2020, mas deixou a atração após o fim da terceira temporada.

Ao lado de Montero, Madrona comandou a série durante todo o arco que envolveu o elenco original de Elite. Desta forma, a dupla foi a responsável por iniciar e encerrar as tramas de alguns personagens icônicos da atração, como Carla (Ester Expósito), Lucrecia (Danna Paola), Polo (Álvaro Rico) e Valerio (Jorge López), que se despediram na trama após a terceira temporada.

Com parte do elenco deixando a atração antes da estreia do quarto ano, os criadores precisaram encerrar o arco destes personagens de modo que (quase) nenhuma ponta solta fosse deixada. Enquanto parte do público ficou satisfeito com as escolhas, outros ficaram decepcionados.

“Sabe, eu estive nas primeiras temporadas de Elite e saí, mas eu ainda recebo mensagens de fãs brasileiros. Recebo mensagens de pessoas querendo fazer testes para o elenco, mensagens de pessoas parabenizando pelo trabalho e outras de pessoas me insultando”, explica Madrona em bate-papo exclusivo com a Tangerina.

“As pessoas querem finais felizes para seus personagens favoritos e, às vezes, eles ficam satisfeitos com suas escolhas. Eu recebo todos os tipos de mensagens. Mesmo as que vêm com insultos são engraçadas. Digo, não é engraçado, mas eu ainda não recebi ameaças perigosas, então acho que está tudo bem. Muitas delas estão em português e vêm de fãs brasileiros. Eles são muito apaixonados”, explica o cocriador.

Sucesso e ascensão na carreira

Embora tenha participado de menos da metade da jornada da atração —Elite estreia sua sétima temporada entre 2023 e 2024–, Darío Madrona não poderia estar mais orgulhoso do trabalhou realizado. O sucesso da série catapultou sua carreira e o levou a projetos ainda mais ambiciosos, como o posto de showrunner de One of Us Is Lying (2021-2022), produção teen norte-americana que foi cancelada após duas temporadas.

“Eu tenho muito orgulho do trabalhou que fizemos. Eu amo essa série [Elite]. Como qualquer projeto, foi muito difícil de fazê-lo. É sempre difícil de acertar, mas nós fizemos muito sucesso. Abriu muitas portas para nós. Depois disso, eu fui fazer uma série norte-americana e estou trabalhando em vários outros projetos legais. Eu pude viajar o mundo e conhecer lugares e pessoas incríveis”, destaca.

O sucesso surpreendente da primeira temporada de Elite fez com que espectadores do mundo inteiro ficassem ansiosos para ver a continuidade da série espanhola. A pressão de estarem sendo vistos por milhões de pessoas de vários países além da Espanha, contudo, não mudou a forma como Darío Madrona e Carlos Montero trabalhavam para desenvolver a narrativa.

“Eu me lembro que, quando estávamos escrevendo a primeira temporada, nós sabíamos que estaríamos na Netflix e que a série seria exibida em vários países, mas não sabíamos o que aquilo realmente significava. Nós sabíamos que queríamos fazer uma série que as pessoas conseguissem se relacionar. Às vezes, a melhor forma de ser autêntico é fazer algo que você conheça e pareça fiel para você e para seu continente”, explica o produtor e roteirista.

“Os diálogos são em espanhol, e os personagens são quase sempre espanhóis. Quando a série se tornou um sucesso, nós não mudamos nada do processo. Especialmente porque o que fizemos estava funcionando. Quando você conquista milhões de pessoas pelo mundo fazendo o que você sabe, por que mudar? Por que fazer algo diferente para agradar mais pessoas se o que fizemos agradou tantas? Nós estávamos felizes com o resultado e seguimos da mesma forma. Queríamos fazer algo que você pudesse ver claramente que era espanhol, mas não a ponto que você não pudesse se relacionar com ele. Foi um bom equilíbrio e acho que conseguimos encontrá-lo.”

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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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