Divulgação/HBO Max
Raphael Logam viveria Alan Finfou em O Faixa Preta, mas assumiu papel do protagonista, Fernando Tererê, e teve de reaprender a lutar
Indicado ao Emmy Internacional em 2019 e 2020 por seu trabalho na série Impuros, Raphael Logam encarou um desafio daqueles no filme O Faixa Preta, já disponível na HBO Max. É que o ator assumiu às pressas o papel do protagonista, o lutador de jiu-jítsu Fernando Tererê: o papel seria de Jonathan Azevedo, que precisou sair da produção pouco antes do início das gravações.
Logam, que já estava escalado para interpretar o também lutador Alan Finfou, se viu “promovido” ao papel principal nas vésperas das filmagens. E a mudança de personagens não foi uma simples troca. “Eu pedi um tempo para me preparar mais para as cenas de luta, porque eu já estava pegando os trejeitos do mestre Finfou e tive que reaprender tudo, as raspagens, a pegada. O mestre Finfou, por exemplo, pega no antebraço, enquanto o mestre Tererê pega aqui [no ombro]”, desabafou o ator em conversa exclusiva com a Tangerina.
O detalhe pode parecer insignificante para o público leigo, que não acompanhou Tererê no tatame, mas faz toda a diferença para os espectadores apaixonados pelo esporte. “A galera da família jiu-jítsu vai ver o filme sabendo o que está acontecendo ali. Tem um pessoal que é profissional vendo aquilo, se um fala ‘o Tererê não era assim’, aí já ferrou tudo (risos). Então, a gente tentou se aproximar ao máximo, dentro desse universo e com o tempo que a gente teve. Obviamente, todo mundo aqui já foi faixa branca, para virar faixa preta em poucos meses foi uma coisa bem complicada, um mergulho profundo”, lembrou Logam.
Luiz Otávio, chamado de última hora para viver Alan Finfou no lugar de Logam, teve ainda menos tempo para se preparar. “Mas a gente teve acesso a essas pessoas, eu pude ligar para o Alan várias vezes, trocar ideias com ele, perguntar como é que tinham sido aqueles momentos, o que ele estava sentindo naquelas horas, o que ele gostava mais de fazer na luta, como ele se sentia mais à vontade”, listou o ator.
Ele também valorizou o apoio que receberam dos mestres Fabrício Birrinho e Alexandre Buda, que cresceram junto com Tererê e ajudaram na preparação do elenco. “Os dois conhecem bem o jeito que os caras lutavam e estavam ali com a gente todos os dias no tatame. [Falavam:] ‘Não, ele pega mais assim, ele faz mais assado’. Então, tinham aquele olhar clínico, o que ajudou bastante a gente para… Não a fazer igual, porque não tem como, mas a chegar o mais próximo possível da perfeição de fazer aquelas posições ali, as coreografias do filme”, elogiou Luiz.
Raphael Logam em cena de O Faixa Preta na Cracolândia
Divulgação/HBO Max
Como precisava de mais tempo para “desaprender” a lutar como Alan Finfou e pegar os trejeitos de Fernando Tererê, Raphael Logam pediu ao diretor Caco Souza para começar a gravar O Faixa Preta pelas cenas mais complicadas dramaturgicamente, como as do momento em que o lutador se afunda nas drogas e vai parar na Cracolândia.
“Como eram as partes que dependiam mais da minha interpretação, eu quis fazer primeiro. Dentro da Cracolândia, no exterior, o surto que ele tem no avião, isso tudo dependia mais de mim do que a parte da luta em si. Mas as cenas foram horríveis, foi muito difícil fazer. Eu saía do set chorando à beça, saía pesado. Mas eu pedi esse tempo para eu me preparar um pouco mais para entender a luta do Tererê”, explicou o ator.
“A nossa primeira cena é quando a namoradinha do Tererê [Joana Borges], vai visitá-lo quando ele está internado. E já foi uma das mais difíceis mesmo, uma cena em que ele fala que queria se matar, que não queria mais ser um peso para a família. Isso tudo é muito forte e obviamente dependia de mim, mas eu sei que é verdade, eu sei que aquilo aconteceu. Para eu entender que uma pessoa falou isso, que pensou em se matar para não ser um peso, já deu um reboliço aqui dentro. Quando acabou a cena eu comecei a chorar à beça.”
“Nas cenas da Cracolândia, o pai dele estava com a gente o tempo todo no set e ia falando: ‘Foi assim, nessa hora eu entrei aqui, ele tentou correr, aí eu segurei, ele me empurrou’. A coisa foi muito real para a gente, muito real! Não tinha cena fácil, até quando era para ser fácil, acabava muito difícil. Então foi uma bola de neve, foi bravo fazer, mas está aí”, encerrou Logam.
O Faixa Preta: A Verdadeira História de Fernando Tererê, já está disponível na HBO Max. Confira o trailer:
O Faixa Preta: A Verdadeira História de Fernando Tererê
Assista ao trailer do filme nacional protagonizado por Raphael Logam
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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