Divulgação/Prime Video
Não existe nada mais brega e equivocado do que esse papo de que "mãe é tudo igual."
Falar sobre maternidade de uma forma generalizada é sempre um terreno minado pois mães são muito diferentes entre si, além de criarem seus filhos de diversas maneiras. Não existe certo e errado na maternidade e celebrar a diversidade nisso tudo é o que dá verdadeiro sentido à celebração da existência dessas mães.
Portanto, para celebrar o Dia das Mães, nós aqui da Tangerina selecionamos alguns filmes bem diretos e sinceros sobre as muitas facetas da maternidade e sobre as inúmeras mães possíveis, com suas dores, delícias, amores, perrengues e sufocos, pra fazer vocês enxergarem as mães por outros prismas.
Lado a Lado
Para abrir a lista, um clássico dos anos 1990 dirigido por Chris Columbus com duas estrelas de peso: Susan Sarandon e Julia Roberts. O filme conta a história da perspectiva de dois adolescentes que não aceitam muito bem a nova namorada do pai (Ed Harris), a jovem e renomada fotógrafa Isabel (Julia Roberts) que, apesar das malcriações, faz de tudo para agradar os enteados. Acontece que o nível de exigência dos petizes é bem alto, já que a mãe (Susan Sarandon) faz o gênero perfeita e parece querer acirrar ainda mais a rusga entre os filhos e a atual madrasta. Até que a vida pega todo mundo de surpresa com uma notícia inesperada que vai mudar completamente essa a situação. É de chorar, mas também é de aquecer o coração.
O Olmo e a Gaivota
Filme brasileiro de Petra Costa que mistura ficção e documentário e conta a história da atriz Olívia (Olivia Corsini), que tem a chance de interpretar um grande papel em uma montagem da peça A Gaivota, do famoso dramaturgo russo Anton Tchekov. Enquanto se prepara para o papel, descobre que está grávida, o que muda completamente sua rotina, planos e até os rumos da produção e de sua vida. Um retrato realista, porém poético, do quanto a realidade das mulheres muda com a gravidez.
Se a Rua Beale Falasse
Filme que conta a hAdaptação do clássico livro de James Baldwin que conta a história da jovem mãe Tish (Kiky Lane) que, como se não bastasse estar grávida de seu primeiro filho, precisa lutar para provar a inocência de seu noivo Alonzo Hunt (Stephen James), acusado injustamente de um crime sob pretexto evidentemente racista. Dirigido por Barry Jenkins, que levou o Oscar por Moonlight: Sob a Luz do Luar em 2016, e ainda conta com Regina King, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação neste filme.
Minhas mães e meu pai
Filme mais do que necessário e que conta a história de Jules (Julianne Moore) e Nic (Anette Benning), um casal de lésbicas que estão juntas há vinte anos e que têm dois filhos, Joni (Mia Wasikowska) e Laser (Josh Hutcherson), concebidos por inseminação artificial via doador anônimo. Tudo muito bem, tudo muito bom, até que os adolescentes decidem ir atrás do tal doador que seria seu pai, por conta própria, sem avisar as mães. Divertido e doce.
Red: Crescer é uma fera
A mais nova animação Disney/Pixar dirigida por Domee Shi tem justamente como tema central a relação mãe e filha. Conta a história de Mei Lin, uma adolescente canadense descendente de chineses que descobre que, ao ficar nervosa, acaba virando um enorme panda vermelho, o que acaba sendo uma grande metáfora para o amadurecimento. Mas o foco da trama é o relacionamento entre todas as mulheres da família, o de Mei Lin com sua mãe, Ming Lee, e o dela com sua avó, mostrando como as exigências, pressões e expectativas sociais lançadas sobre as mulheres, de geração em geração, podem ser algo nocivo e violento. É divertidíssimo e profundo, com tantas camadas que seria impossível analisar em uma simples sinopse. Não poderia faltar em uma lista de filmes sobre maternidade, de jeito nenhum.
Tully
Talvez um dos filmes mais honestos já feitos sobre a maternidade. Com roteiro afiado e questionador de Diablo Cody (roteirista de Juno, Garota Infernal, Jovens Adultos), conta a história de Marlo (Charlize Theron), mãe de três filhos, sendo um deles um recém-nascido. Marlo praticamente abdicou de sua vida pelos filhos e com o caçula começou a ser privada até de seu sagrado sono. Vendo a situação periclitante da irmã, seu irmão Drew (Ron Livingstone) lhe dá de presente uma babá para cuidar das crianças durante a noite. No começo, Marlo acha tudo muito estranho, mas acaba se surpreendendo com a perfeição da babá Tully (Mackenzie Davis) e começa a rever suas escolhas na vida.
A Filha Perdida
Filme de estreia da atriz e agora diretora Maggie Gyllenhaal, que despontou como sendo uma das promessas do Oscar 2022, mas acabou não levando nenhuma das três categorias nas quais foi indicado: melhor roteiro adaptado, melhor atriz coadjuvante e melhor atriz, tendo se dado melhor em festivais menores. O longa é uma adaptação do romance de Elena Ferrante que conta a história de Leda (Olivia Colman), uma mulher de meia-idade divorciada e devotada à área acadêmica que, quando as filhas resolvem passar férias com o pai, decide tirar um tempo para si em uma praia na Grécia. Justamente quando começava a ter alguns minutos de paz, uma família que também se hospeda na mesma cidadezinha em que ela está a faz lembrar de períodos difíceis e sacrifícios que teve de fazer como mãe e mulher. Um filme denso e direto que aborda a questão da maternidade sem romantismo algum.
O Quarto de Jack
Um filme chocante sobre uma mãe chamada Joy (Brie Larson), que vive com seu filho Jack (Jacob Trembley) em um pequeno quarto onde ambos são mantidos reféns. Joy tenta, de todas as maneiras, tornar a vida de Jack mais doce e menos traumática enquanto planeja fugir dali, mas só vai conseguir fazer isso com a ajuda do filho. Uma história incrível sobre força, crescimento e libertação advindas de uma situação surreal e insalubre.
Como nossos pais
Filme nacional de Laís Bodanzky que consegue transpor para a tela os desafios da maternidade deixando tudo muito mais próximo a nós, já que se passa no Brasil. Rosa (Maria Ribeiro) atravessa um período conturbado na vida onde tudo parece estar fora do lugar. Ao mesmo tempo em que tenta ser uma mãe presente para suas duas filhas, precisa dar conta dos desafios no trabalho, do casamento, tentar manter seus sonhos e objetivos… Em resumo, ela está prestes a explodir. Mas Rosa, além de mãe, também é filha de Dona Clarice (Clarissa Abujamra), e a relação de ambas passa por transformações à medida que conseguem compreender como a maternidade ao mesmo tempo as aproxima e distancia.
Perfeita é a Mãe
Finalmente uma comédia porque em alguns momentos, inclusive da maternidade, rir é o melhor remédio mesmo. Dos mesmos diretores de Se Beber Não Case, o longa conta a história de Amy (Mila Kunis), uma mulher que tem um ótimo casamento, filhos inteligentes e educados, uma bela casa e uma carreira de sucesso. Aparentemente tudo o que as pessoas acham que toda mãe quer. Só que não. Amy, para variar, se sente sobrecarregada, repensa seus valores e, junto com as amigas Carla (Kathryn Hahn) e Kiki (Kristen Bell), decide quebrar todos os estereótipos sobre “boas mães” que a sociedade insiste em manter. No mínimo catártico.
Gabi Franco
Editora de filmes e séries na Tangerina, Gabi Franco é criadora do Minas Nerds, jornalista, cineasta, mãe de gente, pet e planta. Ex- HBO, MTV, Folha, Globo… É marvete, mas até tem amigos DCnautas.
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