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John Cena em cena de Pacificador

(Foto: Divulgação/HBO Max)

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Final de Pacificador revela mensagem secreta sobre James Gunn e a DC

As duas temporadas da série estão disponíveis na HBO Max

Victor Cierro
Victor Cierro

O final da segunda temporada de Pacificador não é apenas uma ponte para Superman: Man of Tomorrow — é também o capítulo mais pessoal da carreira de James Gunn. O último episódio esconde uma mensagem sobre a própria trajetória do diretor, desde sua demissão da Marvel até o renascimento como o novo comandante da DC Studios. Entre piadas, violência e uma dança cheia de metáforas, o diretor transformou sua dor real em narrativa de super-heróis.

Logo de início, o episódio faz um paralelo com o passado de Gunn. A história mostra personagens isolados, lidando com rejeição e aprendendo a se reconstruir após perderem tudo. Essa dinâmica reflete o momento em que o cineasta foi afastado dos Guardiões da Galáxia em 2018 — antes de ser recontratado pela Marvel e, mais tarde, assumir o comando da DC. Assim como o próprio Christopher Smith (John Cena), ele precisou se reinventar em um novo universo.

Além da metáfora emocional, o capítulo também prepara terreno para o futuro da DCU. Diversos elementos conectam o desfecho diretamente a Superman: Man of Tomorrow. A presença de Lex Luthor (Nicholas Hoult) e a expansão dos portais interdimensionais indicam que o vilão pode usar as tecnologias da ARGUS para criar sua famosa armadura no próximo filme.

A menção aos mundos alternativos reforça o plano de Gunn de explorar o multiverso, mas sempre com foco em seus personagens — não apenas em fanservice.

O segredo de Pacificador

Outro destaque é a relação entre Pacificador e Harcourt (Jennifer Holland). Os dois espelham a vulnerabilidade do próprio diretor e sua busca por pertencimento. A trilha sonora — e especialmente o título Full Nelson no finale — não foram escolhas aleatórias. O nome faz alusão à luta livre e à ideia de estar “preso”, simbolizando como o protagonista e o criador estiveram aprisionados por seus passados.

Até mesmo a icônica dança de abertura ganha novo sentido após o final. Ela não era apenas uma brincadeira estética, mas um resumo do ciclo emocional de todos os personagens — uma forma de dizer que, por trás da fachada cômica, todos lutam contra algo interno. Gunn usa o absurdo como catarse, e o público ri enquanto o criador exorciza seus próprios fantasmas.

Com isso, Pacificador 2 se consagra como uma obra de transição: o fim de um capítulo e o início de outro para James Gunn. O diretor não apenas conectou seu universo cinematográfico, como transformou o anti-herói da DC em um reflexo íntimo de si mesmo. E é justamente essa honestidade que torna o desfecho potente — e prepara o público para um Superman nascido, enfim, de uma nova esperança.

As duas temporadas de Pacificador estão disponíveis na HBO Max.

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Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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