FILMES E SÉRIES

Sandra Bullock e George Clooney em Gravidade

(Foto: Divulgação/Warner Bros.)

Análise

Gravidade completa 12 anos e mostra o vazio no cinema de 2025

O longa criou discussões sobre realismo científico, solidão e sobrevivência em condições extremas

Victor Cierro
Victor Cierro

Em 4 de outubro de 2013, o cinema foi sacudido por uma experiência que misturava espetáculo técnico e narrativa intensa: Gravidade. O filme de Alfonso Cuarón, estrelado por Sandra Bullock e George Clooney, não só arrecadou mais de US$ 723 milhões (R$ 3,8 bilhões) nas bilheteiras globais como também conquistou sete Oscars, incluindo o de Melhor Direção. Doze anos depois, a obra segue lembrada como um marco do gênero, mas também reforça um contraste incômodo — a ausência de filmes originais de grande impacto no cinema de 2025.

Enquanto Cuarón apostava em tensão psicológica e efeitos revolucionários para mergulhar o público no vácuo do espaço, os lançamentos atuais parecem cada vez mais reféns de franquias e continuações previsíveis. A ousadia de investir em um épico espacial original, sem depender de super-heróis ou universos compartilhados, é algo raro no cenário atual.

Na época, Gravidade surpreendeu por unir cinema autoral e bilheteria massiva. Com 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, o longa provou que ainda era possível atrair multidões para algo novo. Já em 2025, Hollywood prioriza o seguro: blockbusters derivados de marcas já estabelecidas, remakes e spin-offs.

Gravidade se tornou único em Hollywood

A diferença é nítida. Filmes como Gravidade não apenas movimentavam a bilheteria, mas também o imaginário coletivo. O longa criou discussões sobre realismo científico, solidão e sobrevivência em condições extremas — temas que ainda ressoam anos depois. Hoje, poucos lançamentos conseguem gerar esse mesmo tipo de debate cultural.

Se por um lado o cinema atual garante estabilidade com marcas já conhecidas, por outro deixa órfão um público que anseia por novas experiências visuais e narrativas. O aniversário de Gravidade funciona, assim, como lembrete de um tempo em que Hollywood ainda arriscava mais.

O sucesso de Cuarón foi exceção, mas mostrou que há espaço para épicos originais no mercado. Doze anos depois, a pergunta continua ecoando: quem terá coragem de repetir essa ousadia em 2025? Gravidade está disponível para aluguel e compra online.

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Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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