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Ex-todo poderoso de Hollywood cumpre pena em Nova York
Preso e condenado por estupro, o ex-magnata de Hollywood Harvey Weinstein perdeu a apelação contra a sentença de 23 anos de prisão registrada nos Estados Unidos. O resultado foi anunciado nesta quinta-feira (2), após a revisão do caso feita por uma corte de Nova York.
Em decisão unânime, cinco juízes do painel de apelação da Suprema Corte de Nova York recusaram o pedido de Weinstein para revogar sua sentença. O ex-produtor alegava que a decisão do júri havia sido tomada com base em evidências mentirosas e injustas.
“Rejeitamos os argumentos do réu e afirmamos a condenação em todos os aspectos”, aponta a ordem oficial de 45 páginas divulgada pelo painel de juízes.
Weinstein foi condenado em fevereiro de 2020 por duas das cinco acusações de cometer ato sexual criminoso em primeiro e terceiro grau. No recurso, os advogados do ex-produtor argumentaram que o juiz da Suprema Corte James Burke, que supervisionou o julgamento original, havia cometido vários erros processuais e emitido outras decisões que favoreceram injustamente a promotoria.
Em outras contestações, a equipe jurídica de Weinstein alegou no recurso que ele tinha sido privado de seu direito constitucional de se posicionar em defesa própria porque os promotores da acusação haviam sido autorizados a interrogá-lo por 28 incidentes ao longo de quase 30 anos, com o objetivo de minar a sua credibilidade.
Os casos estavam relacionados ao suposto envolvimento de Weinstein em vários atos de má conduta relacionados aos seus negócios enquanto produtor de Hollywood, como encorajar executivos a mentir em seu nome, além de ameaças e atos de violência contra atrizes e ex-funcionários.
Os juízes entenderam que todo o material analisado por Burke era “inquestionavelmente relevante”. Na decisão que sustentou a sentença, eles afirmaram que as alegações contra Weinstein refletiam uma “disposição em colocar seu interesse próprio acima dos interesses de outra pessoa”.
Juda Engelmayer, representante de Weinstein, demonstrou insatisfação com o resultado do recurso, mas afirmou que isto já era esperado. “Estamos desapontados, mas não surpresos. Vamos rever todas as nossas opções e buscaremos outros recursos”, afirmou Juda em contato com a imprensa.
Conhecido como o “todo-poderoso de Hollywood”, Harvey Weinstein foi condenado à prisão por praticar sexo oral forçado na ex-assistente de produção Mimi Haleyi, em julho de 2006; ele também foi declarado culpado por estupro em terceiro grau da ex-atriz Jessica Mann, cometido em março de 2013.
Produtor de filmes como Pulp Fiction (1994) e Shakespeare Apaixonado (1999), Weinstein foi alvo do movimento contra assédio e agressão sexual intitulado Me Too, que mobilizou várias celebridades de Hollywood. Atualmente, ele cumpre pena em uma prisão de segurança máxima em Nova York.
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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