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Paul Rudd

Divulgação/Marvel Studios

CRÍTICA

Homem-Formiga 3 é ‘aventura Star Wars’ dentro do Universo Marvel

Longa estrelado por Paul Rudd e Evangeline Lilly estreia nos cinemas nesta quinta-feira (16); saiba o que a Tangerina achou do filme

André Zuliani

Título da Marvel que abre a Fase 5 do MCU (Universo Cinematográfico Marvel) nos cinemas, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023) é o filme “mais Star Wars” do estúdio desde o início da franquia, em 2008. Ao explorar um novo universo e diversos personagens inéditos, a terceira aventura solo do herói vivido por Paul Rudd é um bom pontapé inicial para a jornada que irá culminar no próximo longa dos Vingadores.

A comparação com Star Wars pode soar estranha já que Guardiões da Galáxia (2014) foi o primeiro filme a explorar os limites do universo “padrão” como os fãs conhecem. Por tratar-se de uma aventura protagonizada por humanos e várias espécies alienígenas no vasto espaço sideral, a franquia de James Gunn sempre foi a que mais se assemelhou ao mundo dos Jedis. Até agora.

Quantumania, como o próprio título indica, leva os fãs da Marvel de volta ao Reino Quântico. Parte importante das tramas de Homem-Formiga e a Vespa (2018) e Vingadores: Ultimato (2019), o universo microscópico foi mais citado do que explorado nas fases anteriores do estúdio. Peça essencial na jornada para derrotar Thanos (Josh Brolin), este mundo acaba por ser o marco zero de nova grande ameaça do Universo Marvel: Kang, o Conquistador (Jonathan Majors).

Por um tempo, Quantumania finalmente parece ser o ápice das aventuras de Scott Lang (Rudd), já que o terceiro filme finalmente abraça a estranheza, a tecnologia insana e os laços familiares que se destacaram nos antecessores. O novo longa é, em partes, uma grande aventura fantástica que faz uma mistura interessante do que se destacou nas jornadas anteriores do herói e Hope van Dyne (Evangeline Lilly).

Dessa forma, o diretor Peyton Reed, que comandou todos os filmes da trilogia Homem-Formiga, traz muito do humor dos longas anteriores e mostra de forma concreta o crescimento de seu personagem principal dentro do MCU. Scott Lang foi de um assaltante comum a membro dos Vingadores e salvador do universo. Um legado que mesmo ele, ciente de seus feitos, inicia Quantumania sem muita noção de como carregar.

Paul Rudd e Jonathan Majors

Paul Rudd e Jonathan Majors

Divulgação/Marvel Studios

No início da trama, Scott está se aproveitando dos louros de ter salvado metade da população do universo. Reconhecido pela população e alçado ao status de astro, ele virou autor de um livro best-seller e vive a calmaria de uma realidade ao lado de Hope, que recuperou a empresa fundada por Hank Pym (Michael Douglas) e usa seu conhecimento e fortuna para tornar o mundo um lugar melhor.

Sem saber exatamente como prosseguir após a vitória contra Thanos, Scott tenta retomar o tempo perdido com Cassie (Kathryn Newton), que já não é mais uma criança. Tão inteligente e curiosa quanto Hank Pym, ela se juntou ao Homem-Formiga original para descobrir um meio de explorar o Reino Quântico, mesmo com todos os avisos de Janet (Michelle Pfeiffer) para que não o fizessem.

É por causa deste estudo que os protagonistas voltam a encarar uma aventura quase mortal. Ao criar um satélite que levaria um sinal da Terra ao Reino Quântico, Cassie acaba abrindo um portal que a transporta junto com Scott, Hope, Hank e Janet ao universo microscópico.

Ao entrar neste novo universo, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania mostra como ele pode ser realmente estranho. O Reino Quântico é uma terra que merece mais exploração, já que quase imediatamente introduz um grupo de novos personagens que conta com o telepático Quaz (William Jackson Harper), a guerreira Jentorra (Katy O’Brian) e um pedaço gigante de gosma obcecado por buracos (David Dastmalchian). O design dos personagens e dos principais locais visitados pelos protagonistas parece, de fato, saído de um longínquo planeta do mundo de Star Wars.

Quantumania também faz um bom trabalho em aprimorar as coisas que funcionaram nos dois primeiros filmes e expandi-las. A tecnologia Pym, que se destacou no longa original, é usada de maneiras divertidas. Há formigas extremamente inteligentes, naves comandadas por vermes de lodo e muitas trocas de tamanho. Peyton Reed ainda acena com retorno de Darren Cross (Corey Stoll), vilão de Homem-Formiga, que sobreviveu à batalha contra Lang e assumiu a identidade de M.O.D.O.K., uma cabeça gigante com muita inteligência e pouca autoestima.

Michael Douglas, Michelle Pfeiffer e Evangeline Lilly

Michael Douglas, Michelle Pfeiffer e Evangeline Lilly

Divulgação/Marvel Studios

A introdução deste novo universo interessante, contudo, acaba por ser desequilibrada por precisar dividir tela com a introdução de Kang. O novo grande vilão de MCU é apresentado de forma ameaçadora não apenas por seus feitos no passado, mas também pela grande performance de Majors. Ao precisar de minutagem para se aprofundar em sua nova “estrela”, o longa acaba por desenvolver de forma um tanto rasa as muitas possibilidades que poderiam ser exploradas no Reino Quântico.

Por causa disso, personagens como Krylar (Bill Murray) pouco dizem a que vieram, enquanto todos os novos rostos aparecem tempo bastante apenas para torcer para que não morram na grande batalha final. Ao chegar no terceiro ato, Quantumania deixa claro que sua missão era fazer de Kang um mal a ser temido, além de dar ao Homem-Formiga a sua maior (e talvez última) ameaça a ser enfrentada.

A necessidade de exaltar Kang também acaba por escantear alguns dos principais nomes da franquia. Enquanto Scott e Cassie praticamente dividem o protagonismo com o vilão, e até Janet e Hank ganham o seu momento de brilho, Hope é ofuscada por seus pares. Sua importância na trama é mais sugerida do que comprovada, com exceção da grande batalha final que reúne todos os personagens –novos e antigos– no centro do Reino Quântico. Este desequilíbrio acabou sendo a marca da Marvel na Fase 4 e infelizmente segue como padrão na chegada da Fase 5.

Apesar dos tropeços, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania se firma como uma grande aventura solo e um dos melhores títulos do estúdio nos últimos anos. Mesmo sem reinventar a roda, o longa soube roubar um pouco do carisma de Star Wars e se aproveitou de um novo mundo repleto de possibilidades para entregar um entretenimento à altura do MCU.

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Trailer oficial

Cartaz de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Aventura, Fantasia
12

Direção

Peyton Reed

Produção

Marvel Studios

Onde assistir

Cinemas

Elenco

Paul Rudd
Evangeline Lilly
Jonathan Majors
Michael Douglas
Michelle Pfeiffer
Kathryn Newton
Corey Stoll
William Jackson Harper
Katy M. O'Brian
Bill Murray
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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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