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Jason Beghe como o Voight de Chicago P.D.

Divulgação/NBC

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Chicago P.D.: Herói ou vilão? Jason Beghe sai em defesa de Hank Voight

Universal TV exibe novo episódio da décima temporada da série policial nesta segunda; confira entrevista exclusiva com o astro

Luciano Guaraldo

Protagonista de Chicago P.D., uma das séries mais populares da TV paga brasileira, o sargento Hank Voight passa longe de ser um mocinho tradicional. Ele não segue as regras e não tem medo de ser brutalmente honesto quando necessário. Suas técnicas, inclusive, são tão controversas que precisaram ser repensadas depois do movimento Black Lives Matter. Mas seu intérprete, Jason Beghe, parte da teoria de que o personagem não é um vilão. Muito pelo contrário.

“Bem, as características do Voight, de sua personalidade, você pode colocá-las como coisas negativas, mas eu acho que elas fazem dele uma pessoa em quem é possível confiar. Eu acho que ele é um homem extremamente responsável. E eu o amo. Afinal, eu o criei e continuo o criando a cada episódio“, conta Beghe em conversa exclusiva com a Tangerina.

O ator reconhece, no entanto, que precisou lutar até contra a própria equipe da série para que o sargento não se tornasse alguém completamente mau. “Quando eu comecei a criar o personagem, acho que no segundo ou no terceiro episódio de Chicago Fire, eu estava sentado, esperando ser chamado para gravar uma cena, e dois produtores vieram me dar as boas-vindas. ‘Olá, estamos empolgados por você estar aqui’, esse tipo de coisa… E depois eles disseram: ‘Cara, você está interpretando um vilão daqueles’. E a primeira coisa que eu disse foi: ‘Não, não estou. Ele não é um vilão'”, lembra Jason Beghe.

“Ele é um cara complicado e definitivamente não é alguém que você quer que esteja jogando contra. Mas, naquele momento, ele estava fazendo o possível para proteger e salvar o filho dele. Eu posso entender esse sentimento. Acho que todo mundo está fazendo a coisa certa no seu ponto de vista, e Voight tem pontos de vista muito fortes. Pode não ser a coisa certa sob o olhar de outra pessoa, mas aí é outra questão”, pondera o ator de 62 anos.

“Ele é quase a definição de integridade. Acho que foi Gandhi [1869-1948] quem disse que, mesmo que você seja uma minoria de uma pessoa só, a verdade é a verdade. E o que é a verdade? É algo que você define? Voight é, acima de tudo, uma pessoa consistente. E essa é uma qualidade que nós deveríamos valorizar mais”, defende.

E, já que o ator falou no filho de Voight, vale ressaltar que o sargento não tem muito de seu lado pessoal explorado em Chicago P.D. desde a morte de Justin (Josh Segarra) e a despedida de Erin (Sophia Bush). Para Jason Beghe, isso não o impede de mostrar quem o personagem é nas cenas policiais. “A vida pessoal dele é limitada, mas transparece em todas as cenas. Porque eu o interpreto como um ser humano, então todo momento vai ser extremamente pessoal para ele”, ressalta o artista.

“Eu não fico valorizando necessariamente os grandes momentos, sabe, como meu filho morrendo ou alguma cena muito dramática. Está tudo nos detalhes. Voight teve uma cena com Olinsky [Elias Koteas] que era muito leve e da qual eu gosto muito. Eles viram um suspeito, pediram para ele parar, mas o cara saiu correndo. E os dois já não eram mais tão jovens, então eles meio que olham um para o outro, pensam: ‘Que merda’ e começam a persegui-lo. Tem um episódio que ainda nem foi ao ar em que eu visito o túmulo do Olinsky também. Não é exageradamente sentimental, mas conta a história. São de momentos assim que eu gosto, aqueles mais sutis, e tudo isso tem um pouquinho da vida pessoal do Voight.”

Novos episódios de Chicago P.D. são exibidos às segundas-feiras no canal Universal TV, em uma programação especial que contempla as três séries da franquia Chicago. Às 21h30, a maratona começa com a oitava temporada de Chicago Med; na sequência, entram em ação os bombeiros de Chicago Fire, que está em sua 11ª temporada. Por fim, os policiais de P.D. fecham a noite com seu décimo ano.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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