Mulher-Hulk termina com episódio mais bizarro da história da Marvel

O MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) já teve muitos momentos bizarros, como a origem do olho perdido de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e o beijo sem sentido entre Capitão América (Chris Evans) e Sharon Carter (Emily VanCamp). E, mesmo assim, Mulher-Hulk conseguiu superar todos eles. O último episódio da primeira temporada, que estreou nesta quinta-feira (13), apresentou uma história cheia de peculiaridades.

[Atenção: esse texto contém spoilers, cuidado para não azedar sua semana]

O nono capítulo já começa de maneira inusitada. Depois de ser exposta pela Intelligencia, Jennifer Walters (Tatiana Maslany) tem sua vida inteira destruída. De maneira apressada, o Disney+ exibe os próximos dias da advogada. Sem emprego e proibida de usar os poderes, a história da Mulher-Hulk regressa justamente na grande conclusão da temporada.

Desiludida, Mulher-Hulk (Tatiana) tenta encontrar conforto em outra pessoa com super poderes. Seu primo Bruce Banner (Mark Ruffalo) continua desaparecido. E, por isso, a protagonista decide ir até Abominável (Tim Roth) para pedir conselhos. A nova heroína quer entender como ela deve agir sem suas habilidades.

Curiosamente, ao chegar no retiro do Abominável, a personagem de Tatiana encontra (sem nenhuma dificuldade) seus principais inimigos: a Intelligencia. A partir desse momento, a Marvel decidiu realmente apresentar a história mais bizarra de seu universo cinematográfico.

Durante a confusão, Titânia (Jameela Jamil) e Hulk (Ruffalo) chegam de maneira inusitada e sem nenhum sentido. Jennifer, então, quebra a quarta parede para relembrar quem é a verdadeira protagonista aos assinantes do streaming. Ela usa essa habilidade para pausar o último capítulo e invadir o catálogo do Disney+.

Mulher-Hulk e a quebra da quarta parede

Tatiana Maslany em cena de Mulher-Hulk

Divulgação/Disney+

No streaming do Mickey Mouse, Mulher-Hulk procura uma solução na seção dos super-heróis. Ao encontrar Marvel’s Assembled, série sobre os bastidores das produções, a personagem pula em sua direção e invade o mundo real. Isso mesmo, o estúdio de super-heróis realmente apostou na quebra da quarta parede.

No estúdio da Marvel, a personagem de Tatiana marcha em direção a sala dos roteiristas. Lá, ela demanda por uma conclusão diferente, mas os escritores não têm poder de decisão. De acordo com os cineastas, Kevin (Feige) é quem toma as decisões —fazendo alusão ao próprio presidente da empresa.

Obviamente, Mulher-Hulk quer resolver a situação e tenta encontrar Kevin. Os seguranças tentam impedi-la, mas a prima de Bruce consegue mesmo assim. E, se você achava que não podia ficar mais bizarro, a Marvel ainda tinha mais algumas cartas na manga.

A conclusão da série mais longa da Marvel, ao lado de WandaVision (2021), aconteceu fora de Mulher-Hulk. A Marvel preferiu evitar e tirar sarro de seus próprios clichês em vez de estabelecer Jennifer como uma figura proeminente no universo dos Vingadores. E, mais uma vez, o estúdio prova como são incapazes de retratar Hulk e sua família.

Sim, Mulher-Hulk é conhecida pela quebra da quarta parede e seu humor (diferente de seu primo). Mas, nos quadrinhos, os heróis também têm mais relevância. E, se a família Banner ficar enfurecida, eles são capazes de exterminar o mundo inteiro. O nono e último capítulo poderia ajudar a mudar a concepção.

Em vez disso, a conclusão da primeira temporada entregou um dos momentos mais inusitados e sem precedentes do MCU. Mulher-Hulk: Defensora de Heróis pode até agradar os fãs de humor, mas a série perdeu uma grande oportunidade.