FILMES E SÉRIES

Lee Majors em O Homem de Seis Milhões de Dólares

Divulgação

50 ANOS

O Homem de 6 Milhões de Dólares: Como série famosa inspirou a ciência?

O Homem de 6 Milhões de Dólares (1973-1978) estreou há exatos 50 anos e ficou marcado como um dos maiores programas de ficção científica

Giulianna Muneratto

Há exatos 50 anos, em 7 de março de 1973, estreava na TV o icônico seriado O Homem de 6 Milhões de Dólares (1973-1978). Exibida pela TV Tupi e pela Band, a atração virou um verdadeiro fenômeno ao trazer o ator Lee Majors na pele do primeiro homem biônico apresentado na TV. Desde então, muita coisa mudou –e a série, inclusive, foi uma influência importante para o impulsionamento da biociência.

O Homem de 6 Milhões de Dólares contava a história de Steve Austin (Lee Majors), um piloto de testes que ficava gravemente ferido após um acidente. Para voltar à normalidade de sua vida, seu braço direito, suas pernas e um de seus olhos são substituídos por próteses, que acabavam o tornando mais forte e mais rápido do que uma pessoa normal.

A série era inteiramente baseada no livro Cyborg, de Martin Caidin (1927-1997). A partir da substituição de seus membros, Steve Austin se tornava um agente secreto, já que ele conseguia alcançar 90 km/h apenas correndo, além de ser capaz de levantar qualquer peso e ter um olho equipado com raios infravermelhos, que também ampliavam sua visão. 

Muito avançado para o seu tempo, o programa foi responsável por popularizar a expressão “biônico” e voltar os olhares e o investimento à biotecnologia, área da ciência que proporciona uma qualidade de vida muito melhor para muitas pessoas. Na ficção, a biotecnologia foi capaz de tornar o braço do coronel Austin tão forte quanto uma escavadeira, além de dar a ele pernas que o catapultavam a quilômetros de distância no ar.

É claro que a tecnologia para dar capacidades sobre-humanas às pessoas ainda está bem longe de se tornar realidade, mas a cada dia a ciência avança a passos largos para aprimorar as próteses. 

Tecnologias que intervêm no cérebro e dão a pessoas debilitadas a capacidade de se comunicarem por softwares específicos já existem, bem como braços protéticos com dedos utilizáveis. Para chegar mais perto de Steve Austin, ainda falta a capacidade de enviar sensações táteis ao cérebro –sem entrar na questão ética dos superpoderes biônicos, é claro. 

Inclusive, O Homem de 6 Milhões de Dólares chegou a ter uma influência negativa nas crianças. Na época em que era exibido, muitas tentaram se machucar propositalmente para ter partes biônicas no corpo como Steve. Um garoto chegou a fingir ser cego para ganhar um olho biônico, além de tentar parar o carro em alta velocidade em que estava ao colocar sua perna para fora da porta, a fim de freá-lo.

O roteiro e a produção também cometiam gafes atrás de gafes. O braço esquerdo de Steve também era muito forte, mesmo não tendo sido submetido a nenhuma modificação; quando levava pedradas na cabeça, o coronel saia ileso, ainda que não houvesse transformações em seu crânio; e para analisar pistas de casos, ele usava uma lupa, mesmo tendo um olho biônico. 

Ainda assim, O Homem de 6 Milhões de Dólares marcou gerações, ganhou filmes e spin-offs e, em 99 episódios, revolucionou a ficção científica e fez história. Um remake está sendo desenvolvido há anos em Hollywood, com Mark Wahlberg reservado para o papel principal. Para atualizar os valores para os dias de hoje, o projeto sofreu uma pequena mudança no título: vai se chamar O Homem de 6 Bilhões de Dólares –a correção monetária não perdoa nem os homens biônicos…

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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