Divulgação/Sony Pictures
Sem necessidade de ser inovador, O Pior Vizinho do Mundo conquista pela emoção e pelo conforto; leia a crítica da Tangerina ao filme
Tom Hanks definitivamente não é o pior vizinho do mundo. Apesar de o título do longa-metragem sugerir que sim, seu personagem Otto tem muito a oferecer além de reclamações rabugentas, e o filme dirigido por Marc Forster (nome por trás de Em Busca da Terra do Nunca e O Caçador de Pipas) certamente te fará repensar e até se apaixonar novamente pela vida.
Esta comédia sentimental tem tudo para cair no gosto popular. Tom Hanks interpreta Otto Anderson, um viúvo cuja única alegria provém de criticar e julgar os seus exasperados vizinhos. Sua vida, porém, sofre uma reviravolta quando uma família bastante enérgica se muda para a casa da frente. Uma mulher grávida, Marisol (Mariana Treviño), e seus parentes vão aos poucos conseguindo romper as camadas de rabugice do idoso.
A premissa aqui é básica, mas muito bem executada. Otto insiste em viver isolado do restante de seus vizinhos, enquanto todos ainda o cumprimentam carinhosamente e pedem socorro quando enfrentam problemas, mesmo que saibam que levarão uma portada na cara ou uma reclamação.
Sob a pele de um homem duro, Otto ainda oferece ajuda, estende a mão e defende as pautas de sua comunidade com unhas e dentes. Toda a sua história é guiada pela onipresença de sua mulher, interpretada em flashbacks por Rachel Keller, que acaba sendo o fio condutor de sua existência.
Com situações espirituosas muito bem construídas, cada pequeno passo do filme leva o espectador a entender o motivo pelo qual Otto é benquisto na rua onde mora. Por trás da atitude grosseira, há apenas um senhor que tenta descobrir a melhor maneira de lidar com a perda e com o luto, e que se vê numa situação extremamente difícil após perder a companheira.
E é exatamente disso que se trata o filme. Apesar de não ser criativo, por abraçar uma narrativa já explorada tantas outras vezes, ele é seguro, acolhedor e até mesmo apaixonante. Um verdadeiro conforto em dias pesados, aquele tipo de filme para deixar cada espectador com o coração quentinho.
Tom Hanks já tem no currículo a habilidade de levar o público do riso às lágrimas em segundos –e é claro que O Pior Vizinho do Mundo não poderia ser diferente. O filme marca pela emoção e pelo carinho que transmite, dispensando qualquer necessidade de ser inovador.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
Ver mais conteúdos de Giulianna MunerattoTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
Ainda não tem uma conta?