(Foto: Divulgação/Paramount Pictures)
O estúdio pode assumir Warner e criar rival de peso contra a Disney
A fusão entre Paramount e Warner Bros. pode se tornar o maior terremoto de Hollywood desde que a Disney absorveu a Fox. Segundo o Deadline, o estúdio —recém-fundido à Skydance Media— está de olho em mais uma jogada bilionária. A compra da Warner Bros. Discovery em uma oferta majoritariamente em dinheiro, com o apoio de David Ellison e de seu pai, Larry Ellison, hoje o homem mais rico do mundo.
Caso avance, o negócio colocaria sob o mesmo guarda-chuva alguns dos maiores trunfos da indústria do entretenimento. Isso inclui as franquias da DC, Harry Potter, Looney Tunes, Duna, Exterminador do Futuro e até os canais de TV da Warner Bros. Discovery, como CNN, TBS, TNT, Food Network e HGTV.
Até o Turner Classic Movies entraria na jogada, um canal que já esteve perto do fim e foi salvo pelo esforço de cineastas como Steven Spielberg.
O impacto seria gigantesco. Paramount+ e HBO Max provavelmente se fundiriam em um só aplicativo, criando um rival de peso para a Disney. Com um catálogo de IPs tão robusto, a nova companhia se tornaria um verdadeiro colosso, deixando Universal, Sony, Amazon MGM, Netflix e Apple TV+ em clara desvantagem.
Tom Cruise em Top Gun: Maverick
(Foto: Divulgação/Paramount Pictures)
Mas os alertas já começam a soar. A compra da Fox pela Disney em 2019 levou a cortes de milhares de empregos e levantou debates sobre monopólio. A Paramount já fez entre duas e três mil demissões após a fusão com a Skydance, e especialistas temem que um acordo com a Warner repita a história. Menos concorrência pode significar menos produções, menos diversidade criativa e menos vagas para profissionais de cinema e TV.
Outra preocupação envolve o viés político. A CBS (controlada pela Paramount) foi criticada quando encerrou o The Late Show with Stephen Colbert, visto por muitos como uma tentativa de apaziguar o governo norte-americano em meio às negociações da Skydance. Sob o guarda-chuva da família Ellison —que tem ligações com Donald Trump—, redes como a CNN podem sofrer pressões ainda maiores.
Ainda assim, o poder de fogo financeiro da Paramount, somado à ambição dos Ellison, torna o movimento plausível. O modelo da Disney mostra que uma fusão dessa escala pode ser aprovada pelos órgãos reguladores, ainda que com críticas.
Segundo insiders ouvidos pelo Deadline, caso se concretize, a união “transformaria completamente o cenário da indústria cinematográfica”. Hollywood pode estar prestes a viver sua maior reconfiguração em décadas, com apenas dois gigantes dominando boa parte do jogo.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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