Stranger Things 5 corre risco de ser ofuscada por polêmicas do elenco

Stranger Things sempre foi tratada como um dos pilares da Netflix e, por isso, a quinta e última temporada foi planejada como um grande evento global, com lançamento em três partes para dominar o calendário de fim de ano. Mas, às vésperas da estreia, a série chega cercada por discussões que vão além da história de Hawkins. O clima de celebração que deveria marcar a despedida do fenômeno está dividido com polêmicas envolvendo um dos principais nomes do elenco, David Harbour, intérprete de Hopper.

A última temporada será lançada em três datas: 26 de novembro, 25 de dezembro e 31 de dezembro. A estratégia da Netflix é transformar o fim da série em um acontecimento multigeracional, ocupando feriados e datas emocionalmente simbólicas. Nos bastidores da plataforma, a expectativa ainda é de recordes, discussões e uma despedida grandiosa. Mas a repercussão recente em torno da vida pessoal e profissional de Harbour coloca esse desfecho sob uma lente menos festiva e mais tensa.

As controvérsias começaram com o novo álbum de Lily Allen, ex-esposa de Harbour, no qual ela relata episódios de desgaste emocional, traições e manipulação durante o relacionamento. A partir disso, a imprensa recuperou outra informação relevante: segundo reportagens do Metro UK, Millie Bobby Brown teria registrado uma denúncia formal contra Harbour antes do início das gravações da última temporada, com acusações de assédio moral e intimidação no set. A Netflix não comentou o caso oficialmente, e o resultado da investigação não foi divulgado.

O clima se intensificou à medida que episódios antigos envolvendo o ator ressurgiram. Um dos casos que voltou a circular é o destino de Chester, o cachorro da família Byers na série. O animal esteve presente apenas na primeira temporada e, depois de desaparecer sem grande explicação, reapareceu apenas como referência a um túmulo.

Stranger Things e suas controvérsias

A reação do público foi ainda maior quando virou assunto o motivo: o próprio Harbour admitiu publicamente, em entrevistas, ter pedido para retirar o cão do roteiro por considerar que ele “não sabia atuar”, reclamando do comportamento do animal nos bastidores.

Em participações em programas como Hot Ones e no Howard Stern Wrap Up Show, o ator afirmou que “odiava” trabalhar com o cachorro e relatou irritação constante durante cenas que envolviam o animal. A repercussão do relato, que na época passou quase despercebida, ganhou outra dinâmica neste momento em que a imagem de Harbour está sob escrutínio do público, ampliando a percepção de atrito nos bastidores da série.

Para a Netflix, Stranger Things representa mais do que audiência. A série ajudou a redefinir o streaming no mundo, construiu ícones culturais, lançou carreiras e se tornou um dos títulos mais reconhecidos internacionalmente. A expectativa era encerrar esse ciclo em clima de comoção global. Agora, porém, existe o risco de que o debate fora das telas se torne tão dominante quanto a história que será exibida nelas.

Enquanto fãs aguardam respostas para o futuro dos seus personagens favoritos e o destino de Hawkins, o que se vê é uma série que chega ao seu final carregando, além do peso narrativo, o peso de sua própria história pública. Stranger Things deveria estar discutindo mistérios, teorias e nostalgia. Em vez disso, discute clima de bastidor, acusações e desgaste pessoal. A série que mudou a Netflix agora precisa encerrar sua trajetória lidando com algo que nenhuma produção deseja enfrentar: quando o drama real ameaça dividir espaço com o fictício.