Sophie Giraud/Hulu
Na quinta temporada, personagem de Elisabeth Moss desafia toda e qualquer lógica com intenção de voltar para a Gilead após finalmente se liberar
Elisabeth Moss já venceu um Emmy por sua atuação em The Handmaid’s Tale, mas sua personagem na série, June, merece outro prêmio: o de protagonista mais sofrida da história da televisão. Nem mesmo a morte do comandante Waterford (Joseph Fiennes) acaba com seu martírio.
No final do quarto ano, June e as outras aias finalmente conseguiram seu momento de vingança ao levarem o vilão fundador da Gilead para uma floresta onde as leis não se aplicam. Elas espancaram o comandante até a morte, cortaram um de seus dedos e deixaram o cadáver pendurado em uma parede, como um troféu exposto na prateleira.
Deveria ser o suficiente para June finalmente ter paz e aproveitar uma vida tranquila com Luke (O-T Fagbenle) e a bebê Nichole no Canadá, certo? Deveria. Mas, em The Handmaid’s Tale, nada é tão simples assim. Especialmente quando se trata de June.
Atenção: esse texto contém spoilers, cuidado para não azedar sua semana!
Na quinta temporada, que o Paramount+ estreia neste domingo (18), June ainda é atormentada pelos fantasmas do passado. Ela quer ser punida pelo que fez com Waterford, mas não consegue. Deseja momentos de paz, mas parece estar sempre coberta de sangue (literal ou metafórico). A ex-aia enfim conseguiu sua vingança, mas não foi o suficiente.
Confusa e sem rumo, a personagem de Elisabeth Moss decide procurar Emily (Alexis Bledel), mas não a encontra em casa. Sua mulher, Sylvia (Clea DuVall), informa que a amada decidiu voltar para a Gilead e grosseiramente encerra a conversa com June –foi a maneira que os produtores encontraram de tirar a eterna Rory Gilmore do elenco, após a mesma pedir para sair do drama.
O primeiro episódio da temporada não deixa isso claro, mas parece evidente que, contra toda a lógica do mundo, June dará um jeito de voltar à Gilead para continuar em busca da paz –mesmo que ela nunca venha. Sim, Fred Waterford está morto, mas ainda há outras pessoas no regime opressor que ela deseja destruir. Inclusive a mulher do comandante, Serena Joy (Yvonne Strahovski).
A madame, aliás, é novamente um dos pontos altos de The Handmaid’s Tale. Ao mesmo tempo em que sofre com a perda do marido, ela começa a arquitetar planos e mais planos para manter a Gilead de pé e se vingar de June. Yvonne Strahovski brilha em cena, transmitindo todas as emoções de uma mulher à beira da insanidade apenas com o olhar e a respiração.
Elisabeth Moss também é uma força da natureza em cena, mas fica cada vez mais difícil comprar a jornada de June. A personagem já sofreu tanto nas outras temporadas que Handmaid’s Tale chegou a ser chamada de “torture porn” –ou seja, algo que banaliza cenas de violência e tortura apenas para dar prazer a sádicos. Agora que ela finalmente se vê livre da Gilead, decide voltar? Como diria Lu Schievano em A Fazenda, “amiga, não tem como te defender”.
Um ponto positivo é que já sabemos que a próxima temporada da série será a última, encerrando de vez a jornada de June –mesmo que alguns personagens continuem no spin-off The Testaments. Se a eterna Offred voltar mesmo para a Gilead na atual leva de episódios, o novo sofrimento já tem data para acabar. Para alívio da personagem… E de todo o público!
O Paramount+ estreia a quinta temporada de The Handmaid’s Tale neste domingo (18). Um novo episódio será adicionado ao catálogo toda semana.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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