Andrew Cooper/Netflix
Com 13 indicações ao Emmy, minissérie quase virou uma análise sobre racismo, mas produtor Lee Sung Jin abortou essa ideia rapidamente
Uma das principais surpresas da Netflix em 2023, a minissérie Treta conquistou o público e passou cinco semanas no Top 10 de produções mais vistas da plataforma de streaming. Também ganhou a crítica e conseguiu impressionantes 13 indicações ao Emmy 2023 –inclusive melhor série limitada, atriz (para Ali Wong), ator (para Steven Yeun), atriz coadjuvante (Maria Bello) e ator coadjuvante (Joseph Lee e Young Mazino). Tanto sucesso forçou uma mudança nos planos do criador Lee Sung Jin para o futuro da atração.
“Eu adoraria fazer mais. Nós inicialmente vendemos Treta como uma série antológica, em que cada temporada mostraria uma treta nova, com personagens diferentes. Mas, ao mesmo tempo, nós amamos Danny (Yeun), Amy (Ali), George (Lee) e Paul (Mazino) e esse mundo inteiro que criamos. Então, estamos abertos a continuar com eles”, contou o produtor ao The Hollywood Reporter.
“Mas, acima de tudo, eu quero muito continuar trabalhando com essa equipe pela qual me apaixonei. Só que é difícil dizer que rumo vamos seguir em uma nova temporada sem abrir nossa sala de roteiro ou pegar qualquer embalo [por causa da greve de roteiristas], então eu espero que a AMPTP [sindicato dos produtores] tenha juízo [e faça um acordo logo]”, disse Jin.
Acredite se quiser, mas Treta surgiu de um incidente real vivido pelo produtor, que teve um acidente de trânsito com um homem branco. A ideia inicial da série, aliás, era reproduzir essa situação, com o personagem de Steven Yeun entrando em conflito com “alguém parecido com Stanley Tucci”. Mas Jin ressaltou que isso foi prontamente descartado.
“Não passamos nem um dia nesse caminho, porque se tornaria uma história de racismo e a patriarquia branca contra comunidades marginalizadas. E seria óbvio demais, eu me imaginei assistindo a essa série e pensando: ‘Não tem nenhuma nuance’. Eu queria remover essa lente do asiáticos versus brancos, porque outros escritores já fazem isso muito bem. Em Treta, o público não deveria se preocupar com isso”, justificou.
Enquanto o público espera para ter notícias da segunda temporada de Treta, os produtores também vão precisar aguardar para saber como será o desempenho da atração no Emmy. Inicialmente prevista para 18 de setembro, a cerimônia de premiação foi adiada para janeiro do ano que vem por causa da paralisação dos atores e dos roteiristas em Hollywood.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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