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Pernalonga com o logo da Warner Bros.

(Foto: Divulgação/Warner Bros.)

Financiamento

Warner desconfia da Paramount e reforça aposta em acordo com a Netflix

O estúdio teme os impactos operacionais de um processo de venda prolongado

Victor Cierro
Victor Cierro

A Warner Bros. Discovery caminha para rejeitar a investida hostil da Paramount Skydance, mesmo diante de uma oferta financeiramente superior. A avaliação interna é de que os riscos envolvidos na proposta rival superam os benefícios, especialmente quando comparados ao acordo já firmado com a Netflix, visto como mais seguro e previsível para o futuro da empresa.

Segundo informações publicadas pela Bloomberg, o conselho da Warner pretende recomendar que os acionistas rejeitem formalmente a oferta pública de compra lançada pela Paramount. A direção entende que os termos apresentados não oferecem o mesmo nível de certeza, flexibilidade e valor estratégico do acordo fechado com a Netflix.

Um dos principais pontos de desconfiança envolve a estrutura de financiamento da Paramount. Parte do capital é sustentada por um truste revogável ligado à fortuna de Larry Ellison, fundador da Oracle e pai de David Ellison, líder da Skydance. Por se tratar de um mecanismo que pode ser alterado a qualquer momento, a Warner avalia que ficaria exposta a riscos sem garantias claras de compensação.

A preocupação aumentou após a saída de um dos financiadores do negócio. A Affinity Partners, empresa liderada por Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, anunciou que abandonou a proposta ao citar a presença de dois grandes concorrentes na negociação. O movimento reforçou a percepção de instabilidade em torno da oferta da Paramount.

Estratégia da Warner Bros.

Além disso, a Warner teme os impactos operacionais de um processo de venda prolongado. A empresa avalia que a transação poderia levar mais de um ano para receber aprovação regulatória, período no qual a Paramount não ofereceria flexibilidade suficiente para a gestão do negócio e do endividamento da companhia.

Enquanto isso, o acordo com a Netflix segue como o plano preferencial. O serviço de streaming aceitou pagar US$ 27,75 (R$ 153) por ação, em um negócio avaliado em cerca de US$ 83 bilhões (R$ 457 bilhões), incluindo dívidas. Como parte da operação, a Warner também pretende separar suas redes de TV a cabo, como CNN e TNT, antes da conclusão do acordo.

A Paramount, por sua vez, ofereceu US$ 30 (R$ 165) por ação, avaliando a Warner em mais de US$ 108 bilhões (R$ 595 bilhões) com a dívida e os canais de TV inclusos, e já indicou que esse valor pode não ser o final. Ainda assim, o conselho da Warner entende que a proposta atual não supera a segurança e a clareza do acordo com a Netflix, reforçando a tendência de rejeição formal nos próximos dias.

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Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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