Divulgação/Nintendo
A coluna Cultura Gamer vai desmistificar o mundo dos games e mostrar como esse universo está misturado ao nosso cotidiano há cinco décadas
Existem algumas falácias sobre videogames que são, infelizmente, muito enraizadas no senso comum. Mas nem por isso são menos irritantes para quem gosta desse universo. Para muitos, jogos são superficiais, violentos, promovem vício, corrompem a juventude, vão te deixar rico, vão te levar à falência etc.
Pessoalmente, o clichê falso que mais me incomoda é a crença de que jogos são uma mania do momento. Ou que são a última novidade da juventude, a revolução midiática da vez. O videogame existe como produto comercial há 50 anos e faz sucesso desde seu lançamento.
Em 1982, a dupla Buckner & Garcia aproveitou o enorme sucesso de Pac-Man para lançar a canção Pac-Man Fever. Com ela, os dois chegaram à nona posição na lista de mais tocadas da Billboard nos Estados Unidos. Em janeiro do ano seguinte, jovens campeões de fliperama estampavam a revista Time em uma reportagem em que eram chamados de ‘VIPs dos videogames’.
Os jogos não viraram um fenômeno midiático ontem. Por que ainda é tão comum tratar essa mídia como uma febre recente e quase inesperada? Por que ainda circulam tantas generalizações e abordagens tão rasas sobre um braço da cultura pop que faz sucesso desde os anos 1970?
Ouça Buckner & Garcia, música de sucesso nos anos 1980
Música alcançou nona posição na lista de mais tocadas da Billboard
É para abordar essa e muitas outras ideias pré-concebidas sobre jogos que nasceu a coluna Cultura Gamer. Apesar de certa polêmica em torno do termo “gamer” hoje em dia (o que ainda vamos discutir bastante), escolhemos esse nome para marcar a nossa proposta de falar de dentro desse universo para fora.
Quinzenalmente, às terças-feiras, vamos abordar a história dos games e suas conexões com a sociedade, a cultura e a política. Basicamente, a ideia é explicar o que é ser gamer e como toda essa cultura não pode ser ignorada porque está misturada ao nosso cotidiano há cinco décadas.
E quem sou eu para falar de tudo isso? Sou pesquisadora e professora na área de games e design digital e estou cursando o doutorado em comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), onde pesquiso videogames e questões de gênero no Brasil.
Também sou professora no Centro Universitário Senac São Paulo, onde coordeno as graduações em Tecnologia em Jogos Digitais e Tecnologia em Produção Multimídia, e podcaster no site Bonus Stage.
Mas os jogos não são apenas minha vida acadêmica. Do mesmo modo, também são um dos meus hobbies preferidos, assim como a leitura, há pelo menos 30 anos. Por isso, na minha opinião, entender sua complexidade e o quanto eles se misturam a tantos aspectos do nosso dia a dia é tão prazeroso quanto jogá-los. Espero que você curta essa jornada tanto quanto eu!
Beatriz Blanco
Beatriz Blanco é doutoranda em comunicação, pesquisa videogames e questões de gênero no Brasil, e é professora na área de design e jogos digitais. Também escreve e produz podcasts sobre games e cultura pop. Na Tangerina, assina a coluna Cultura Gamer, que faz a ponte entre o universo gamer e esse mundão aqui fora.
Ver mais conteúdos de Beatriz BlancoTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
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