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O gênero de jogos produzido pela FromSoftware influenciou uma geração e atingiu o auge da popularidade com Elden Ring. Mas qual o melhor? A Tangerina escolhe
Desde 2009, a FromSoftware fincou o pé no topo dos estúdios de jogos com Demon’s Souls, um excêntrico jogo de ação que marcou por sua dificuldade traiçoeira, cenários bem conectados e batalhas de chefe memoráveis. Dois anos depois, com Dark Souls, a empresa mudou tudo na indústria de videogames, influenciando diversas desenvolvedoras e criando um subgênero chamado de ‘soulslike’. Mas qual o melhor Dark Souls, ou, no caso, o melhor título deste gênero criado pelo estúdio japonês?
Aproveitando o lançamento de Elden Ring, que se tornou o maior lançamento da história da empresa e um dos melhores jogos de 2022, a Tangerina tentará responder essa pergunta, listando todos os jogos produzidos pela empresa dentro deste gênero, do pior ao melhor —mas já deixamos claro que não tem nenhum título ruim entre eles.
São sete no total, incluindo Demon’s Souls, a trilogia Dark Souls, o título de horror lovecraftiano Bloodborne, o próprio Elden Ring, e a aventura feudal japonesa Sekiro.
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Dark Souls II repete a fórmula do primeiro jogo, mas não consegue superá-lo
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Lançado em 2014, Dark Souls II acabou sendo um pouco vítima do sucesso de seu antecessor. Enquanto o criador da franquia, Hidetaka Miyazaki, focou os esforços em Bloodborne, uma outra equipe dentro da FromSoftware se dedicou à inevitável continuação, e a ausência de Miyazaki é notável quando se joga.
Dark Souls II é similar aos seus pares de trilogia na forma, entregando o mesmo tipo de desafios, e em alguns momentos, é até mais satisfatória na diversidade de cenários e ambientes pelos quais seu protagonista, acometido por uma maldição que o transforma em morto-vivo, deve passar. Mas o conteúdo não atinge o mesmo nível, o que acaba colocando o game abaixo de seu antecessor, seu sucessor e até mesmo de jogos fora da trilogia Souls.
Demon's Souls é releitura de clássico do PlayStation 3
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O jogo que iniciou o fenômeno ‘soulslike’ acabou ofuscado por seu sucessor, até pelo fato de Dark Souls ser um jogo multiplataforma e Demon’s Souls ser um exclusivo do PlayStation, mas o remake para PS5 jogou novamente luzes nessa aventura, e também mostrou por que ela ficou para trás quando comparada a seu ilustre sucessor.
Demon’s Souls tem todas as ideias da franquia no lugar, em especial a dificuldade, que fez a própria Sony dar um passo atrás na hora de publicar o jogo fora do Japão, em uma tarefa que ficou com a conterrânea Atlus, mas revisitar este título de 2009 em 2022 —mesmo na forma do remake de PS5— mostra que a execução já foi superada em várias maneiras pela trilogia Dark Souls.
Sekiro traz combate desafiador no Japão feudal
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Sekiro é o jogo mais diferente desta lista. Com uma parceira de publicação ocidental, A Activision, a FromSoftware investiu em um jogo de progressão mais tradicional, na qual a história é contada mais por cenas do que por itens ou detalhes no cenário, em uma trama situada no período Sengoku (1467-1615) na qual um ninja com o poder da imortalidade precisa salvar um garoto que é a chave para a salvação de um clã em ruínas.
Ao contrário da série Souls, Sekiro deixa de lado os elementos de RPG, como a criação de personagens e escolha de classes, em favor de um único herói com características únicas. Em especial, a possibilidade de ressuscitar no campo de batalha, o que dá aos jogadores uma segunda chance ao serem derrotados. O combate também é diferente, mais ágil e apoiado na técnica de aparar os golpes dos inimigos. Os experimentos valeram a pena, pois Sekiro é um ótimo jogo.
Dark Souls III é conclusão da trilogia de jogos da FromSoftware
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Depois de ficar de fora no segundo jogo, o diretor Hidetaka Miyazaki retornou a sua principal criação e entregou o final da trilogia Souls em um jogo que, de várias formas, ecoa os eventos do primeiro.
Além das histórias com temas conectados entre si de uma maneira especial, que não vamos revelar aqui para não entregar os spoilers, Dark Souls III é um exercício de aprimoramento dos pontos fortes do primeiro jogo da trilogia. Em alguns, a continuação chega a superar seus antecessores, em especial nas batalhas contra chefes. Em outros, como o ritmo da aventura de forma geral e a construção de cenários, não consegue atingir o mesmo nível de perfeição.
De toda forma, é uma excelente conclusão de trilogia, e um jogo obrigatório para quem é fã de Souls ou foi apresentado à série com Elden Ring.
Bloodborne traz clima tenso e ótimo sistema de combate
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O motivo pelo qual Hidetaka Miyazaki ficou de fora de Dark Souls II foi Bloodborne, uma aventura produzida pela FromSoftware em parceria com a Sony exclusivamente para o PlayStation 4 que destila os principais elementos da franquia em um formato mais simplificado e embalado com um subgênero de jogos tão peculiar quanto atraente: o terror inspirado pelas obras de H.P. Lovecraft.
Na pele de um caçador que chega à cidade vitoriana de Yharnam em busca de uma desvendar os mistérios por trás de uma doença que transforma seus habitantes em criaturas bestiais. O jogo é mais ágil e mais focado em ataque do que a trilogia Souls, enquanto a construção de personagens é mais reduzida, mas ainda bastante variada.
Assim como no Dark Souls original, Bloodborne se destaca no cenário, que aproveita o estilo vitoriano para levar você a ambientes tão surreais quanto assustadores, e as batalhas de chefe, até hoje lembradas com carinho —ou traumas— pelos fãs da FromSoftware.
Lançado em 2011, Dark Souls popularizou o estilo de jogo de Elden Ring
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O primeiro Dark Souls ainda é o mais importante da trilogia, da história da FromSoftware e, possivelmente, um dos melhores jogos já produzidos. A combinação dos elementos citados nos outros títulos dessa lista atinge a sua melhor forma aqui.
Mas, acima de tudo, Dark Souls brilha na apresentação. Ao colocar você na pele de uma pessoa amaldiçoada a perder um pouco de humanidade toda vez que morre e ressuscita, a FromSoftware te joga sem para-quedas em um universo fantástico e cheio de mistérios, que pune os erros, mas também entrega um amplo e variado leque de ferramentas para superar desafios.
Muito se fala sobre como a dificuldade é a marca mais famosa dos soulslike, a ponto de a comparação de qualquer jogo levemente mais desafiador com Dark Souls ter se tornado meme entre os gamers, mas o senso de aventura é a marca especial desta obra-prima em um ambiente cercado de perigos.
As Terras Intermédias são hostis e cheias de criaturas e histórias
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A expectativa por trás do mais recente jogo de Hidetaka Miyazaki já era alta, mas nem mesmo os fãs mais ardorosos do diretor e da FromSoftware poderiam imaginar o impacto de Elden Ring, jogo produzido pelo estúdio japonês em parceria com George R.R. Martin, o criador dos livros que deram origem a Game of Thrones.
O impacto aqui se traduz literalmente pela escala de Elden Ring, que pega tudo o que deu certo nos três Dark Souls e em Bloodborne e expande para um mundo enorme e totalmente livre para você explorar desde os primeiros segundos de jogo.
A alegria de descobrir segredos e se deparar com novos ambientes é tão prazerosa quanto o desafio de encontrar um chefe novo ou um calabouço intransponível, de uma maneira que poucos jogos conseguem reproduzir, e nenhum com a assinatura inconfundível de Hidetaka Miyazaki e sua equipe. Elden Ring é um jogo que vai entrar para a história dos games como um dos melhores.
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Bruno Silva
Editor de games e animes na Tangerina, Bruno Silva é brasiliense e fã de basquete. Jornalista, apresentador e streamer, foi co-criador do The Enemy e já publicou no Omelete, Nerdbunker, Metrópoles e Correio Braziliense.
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