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5 quadrinistas brasileiras da nova geração para ficar de olho

Na Semana da Mulher, que tal conhecer 5 artistas jovens que despontam de forma promissora no meio independente de quadrinhos no Brasil?

Gabriela Franco
Gabi Franco

Aproveitando que estamos fechando a semana que incluiu o Dia Internacional das Mulheres, vamos falar sim sobre mulheres quadrinistas brasileiras. Desta vez quero focar em artistas jovens que despontam de forma promissora no meio independente de quadrinhos no Brasil.

Sabemos que, durante muito tempo, este foi um ambiente total e completamente dominado por homens. Não porque não havia mulheres quadrinistas, sempre houve, mas porque a divulgação era desigual e as obras feitas por homens acabavam ganhando destaque e consequentemente se popularizando.

De uns bons anos para cá a situação mudou e hoje temos um grande número de mulheres entregando um trabalho fenomenal em quadrinhos, como também tocando iniciativas que ajudam a fortalecer e incentivar o mercado como o Mina de HQ, por exemplo. Mesmo com tudo isso, a representação feminina nos quadrinhos ainda é sexista, hipersexualizada e estereotipada e a luta por igualdade e equidade neste espaço ainda está longe de acabar.

Hoje, as mulheres quadrinistas brasileiras são muitas e igualmente geniais em suas particularidades, portanto, fazer esta seleção não foi nada fácil. Mas, como citei acima, escolhi no Vitamina HQ quadrinistas jovens, cujo trabalho está em sua maioria em ambiente digital, e que estão chacoalhando o meio cultural independente falando sobre política, diversidade, racismo e cotidiano, contando ótimas histórias através desta mídia que escolhemos amar: a arte sequencial.

Bennê Oliveira 

Bennê é uma ilustradora e quadrinista de Recife, Pernambuco, que retrata em suas ilustrações e séries de tiras o cotidiano do Brasil e dela mesma, já que muita de suas histórias são diálogos familiares. A artista ainda aborda política e temas como racismo e negritude. Ela começou a desenhar muito nova e com 14 anos postava algumas tirinhas no Facebook, mas sem muitas pretensões. Acabou deixando de lado por uns anos e, em 2018, decidiu retomar a prática no Instagram. Criadora da série de tirinhas “Leve Mente Insana” -seu traço característico, os temas relevantes e suas escolhas de cores são o que mais me chama a atenção em seu trabalho. 

Helô Rodrigues

Helô é uma quadrinista e ilustradora paraense cujo trabalho tem como principais características o traço cartunesco e o bom humor. Trata de assuntos variados, mas sua paixão é retratar a cultura de Belém do Pará. E quando faz isso, brilha muito. Segundo entrevista da artista ao site Dol, sua inspiração para desenhar foi seu avô. Oficial aposentado da Marinha, ele tira o tempo livre para esboçar bicicletas que tem como hobby, montar. A fascinação pelo desenho veio em meio aos lápis coloridos do patriarca da família. E por falar em cor, seus desenhos são verdadeiras explosões coloridas. Muita regionalidade, muita intensidade, fique de olho nela que Helô vai longe.

Lana Flowers

Lana Flowers é uma mulher trans, animadora, quadrinista e ilustradora indígena potiguara que faz um trabalho incrível de educação e conscientização sobre as culturas afro e índigena. Ela inclusive está com um projeto de financiamento coletivo no Catarse, um curta de animação chamado Dandara. Nele, uma jovem de periferia cria vídeos informativos sobre as diversas culturas indígenas e afro. Aqui você apoia o trabalho da Lana!

Diana Salu

Diana Salu é uma quadrinista, artista plástica e poeta brasiliense. Co-fundadora do fanzine MÊS (que posteriormente se tornou a Mês Editora), projeto de publicações independentes em quadrinhos pelo qual lançou os livros O Aguardado (2014), Política É Relação (2015) e Maré ou Pequenos Barcos Não Devem Se Afastar Demais da Margem (2017). Também foi uma das idealizadoras da famosa Dente Feira de Publicações.

Seu projeto mais recente foi a participação na coletânea de quadrinhos LGBTQIA+ Histórias Quentinhas 2, de 2020. Em 2019 lançou Cartas para Ninguém, que fala sobre sua jornada de identificação como mulher trans e lésbica, pelo qual ganhou o Troféu HQMix, prêmio destinado aos quadrinistas brasileiros, na categoria projeto gráfico. Sua temática está dentro do universo LGBTQIA+ e seu estilo é o mais experimental de todas.

Ellie Irineu

Ellie Irineu é ilustradora, quadrinista e editora nascida no Mato Grosso do Sul. É organizadora da série Histórias Quentinhas Sobre Existir e seu trabalho tem como foco a representação não-estereotipada de vivências LGBTQIA+.  É autora de vários zines, inclusive pela Sapata Press, de Portugal, e esteve dentre as artistas selecionadas para o livro Historietas Trans 2018 da Editora Municipal de Rosário, na Argentina

Curtiu? Sei que faltaram muitas mas se quiser passem aqui mais algumas para descobrirmos juntes!

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Gabriela Franco

Gabi Franco

Editora de filmes e séries na Tangerina, Gabi Franco é criadora do Minas Nerds, jornalista, cineasta, mãe de gente, pet e planta. Ex- HBO, MTV, Folha, Globo… É marvete, mas até tem amigos DCnautas.

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