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Aunjanue Ellis em cena de King Richard: Criando Campeãs

Divulgação/Warner Bros.

AUNJANUE ELLIS

Atriz indicada ao Oscar 2022 abre o jogo sobre bissexualidade

Aunjanue Ellis, indicada ao Oscar deste ano por King Richard, assumiu sua bissexualidade. Por que ela não falou nada antes? 'Ninguém perguntou'

Luciano Guaraldo

Aunjanue Ellis, indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante neste ano por seu trabalho em King Richard: Criando Campeãs, decidiu abrir o jogo sobre sua bissexualidade. A artista de 53 anos afirmou que sua orientação sexual nunca foi uma questão para ela e que só não havia falado sobre isso antes por um motivo muito óbvio. “Ninguém nunca perguntou”, minimizou.

A saída do armário ocorreu em entrevista à revista Variety. Na conversa, ela relembrou que em 24 de março, foi a um evento de gala com a palavra “queer” bordada em seu traje. “Eu fiquei pensando: ‘Por que ninguém deu mais atenção a isso?’. Não que eu estivesse esperando uma grande reação, mas ninguém pareceu sequer ter notado. Devem ter achado que estava escrito ‘queen’ [rainha]”, brincou, aos risos.

Depois de ter a oportunidade de se posicionar frustrada, ela decidiu falar publicamente sobre o tema com a imprensa. “Eu acho que é importante abordar esse assunto porque eu não estou sozinha. Nós precisamos ver pessoas que estão do outro lado [do conflito interno], que estão felizes e bem. Amor é amor.”

Mas Aunjanue Ellis nem sempre foi tão bem resolvida. Desde a infância, ela já sabia que era diferente dos demais coleguinhas e tentou se forçar a ser igual. “É uma solidão tão violenta. Porque você precisa ajustar tantas partes de você mesma para ser aceita, para que os outros não fujam de você. É desgastante, cansativo. Minha infância foi assim. Minha adolescência foi assim. Eu já sabia minha sexualidade, mas não havia nenhum modelo a seguir, não tinha um exemplo. Não havia lugar para mim, e certamente não havia perdão para mim”, lamentou a atriz, criada em uma família muito religiosa.

Apesar da exposição conseguida com a indicação ao Oscar, Aunjanue Ellis não quis usar as entrevistas de divulgação de King Richard para falar sobre o assunto sem ser questionada. “Como é que eu ia inserir esse tema na conversa? Eu não sou essa pessoa. Meu trabalho era falar sobre King Richard, a família Williams, essas jovens maravilhosas com quem eu trabalhei, o trabalho incrível de Will Smith. Eu não ia falar: ‘A propósito, caso vocês não saibam…’. Seria artificial”, pontuou.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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