Divulgação/Warner Bros.
Aunjanue Ellis, indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante neste ano por seu trabalho em King Richard: Criando Campeãs, decidiu abrir o jogo sobre sua bissexualidade. A artista de 53 anos afirmou que sua orientação sexual nunca foi uma questão para ela e que só não havia falado sobre isso antes por um motivo muito óbvio. “Ninguém nunca perguntou”, minimizou.
A saída do armário ocorreu em entrevista à revista Variety. Na conversa, ela relembrou que em 24 de março, foi a um evento de gala com a palavra “queer” bordada em seu traje. “Eu fiquei pensando: ‘Por que ninguém deu mais atenção a isso?’. Não que eu estivesse esperando uma grande reação, mas ninguém pareceu sequer ter notado. Devem ter achado que estava escrito ‘queen’ [rainha]”, brincou, aos risos.
Depois de ter a oportunidade de se posicionar frustrada, ela decidiu falar publicamente sobre o tema com a imprensa. “Eu acho que é importante abordar esse assunto porque eu não estou sozinha. Nós precisamos ver pessoas que estão do outro lado [do conflito interno], que estão felizes e bem. Amor é amor.”
Mas Aunjanue Ellis nem sempre foi tão bem resolvida. Desde a infância, ela já sabia que era diferente dos demais coleguinhas e tentou se forçar a ser igual. “É uma solidão tão violenta. Porque você precisa ajustar tantas partes de você mesma para ser aceita, para que os outros não fujam de você. É desgastante, cansativo. Minha infância foi assim. Minha adolescência foi assim. Eu já sabia minha sexualidade, mas não havia nenhum modelo a seguir, não tinha um exemplo. Não havia lugar para mim, e certamente não havia perdão para mim”, lamentou a atriz, criada em uma família muito religiosa.
Apesar da exposição conseguida com a indicação ao Oscar, Aunjanue Ellis não quis usar as entrevistas de divulgação de King Richard para falar sobre o assunto sem ser questionada. “Como é que eu ia inserir esse tema na conversa? Eu não sou essa pessoa. Meu trabalho era falar sobre King Richard, a família Williams, essas jovens maravilhosas com quem eu trabalhei, o trabalho incrível de Will Smith. Eu não ia falar: ‘A propósito, caso vocês não saibam…’. Seria artificial”, pontuou.
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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