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Milton Gonçalves na novela O Tempo Não Para

Paulo Belote/TV Globo

LUTO

Baluarte da atuação no Brasil, Milton Gonçalves morre aos 88 anos

O ator Milton Gonçalves morreu nesta segunda-feira (30), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ele fez mais de 40 novelas na Globo ao longo da carreira

Luciano Guaraldo

Morreu nesta segunda-feira (30), aos 88 anos, o ator Milton Gonçalves, um dos principais nomes de sua geração e exemplo para milhares de profissionais de todo o país. Ele lutava contra problemas de saúde decorrentes de um AVC (acidente vascular cerebral) que teve há dois anos.

A notícia foi confirmada por sua família ao site G1. Segundo os parentes, Milton Gonçalves morreu por volta das 12h30, em sua casa. Ele deixa a mulher, Oda Gonçalves, e três filhos, Catarina, Alda e o também ator Maurício Gonçalves. Seu trabalho mais recente foi a série Filhas de Eva (2021), do Globoplay, que deve ser exibida na TV aberta a partir de agosto.

Nascido em 9 de dezembro de 1933 na cidade de Monte Santo de Minas (MG), Gonçalves decidiu virar ator após assistir à peça A Mão do Macaco e ficar maravilhado. Depois de passar por um grupo de teatro amador, foi para o Teatro de Arena de São Paulo a convite do diretor Augusto Boal (1931-2009), que buscava um ator para viver um preto velho na peça Ratos e Homens.

Na TV, começou com uma participação na série O Vigilante Rodoviário (1962-1967), da TV Tupi. Depois, foi contratado pela Globo antes mesmo de sua inauguração oficial, em 1965.  “Não tinha inaugurado nada ainda. Os três estúdios e o auditório pareciam para mim os estúdios da Universal. O primeiro salário foi 500 cruzeiros. E eu fiquei feliz”, lembrou ele ao Memória Globo. Na emissora, fez mais de 40 novelas, além de humorísticos e minisséries. Também foi diretor, estando por trás das câmeras da primeira versão de Irmãos Coragem (1970) e do fenômeno mundial Escrava Isaura (1976).

Entre seus papéis, destacam-se o Zelão das Asas de O Bem-Amado (1972) e o psiquiatra Percival de Pecado Capital (1975), um raro personagem negro que não ocupava lugar de empregado na época. Esteve na versão censurada de Roque Santeiro (1975) e também naquela que foi ao ar, dez anos depois. Na histórica Que Rei Sou Eu? (1989), fugiu do tradicional escravo ao dar vida ao barão Herr Whisky.

Nos últimos anos, esteve em Pega Pega (2017) como Cristovão, um homem que buscava se reconciliar com o filho que lhe fora roubado na infância. E, em O Tempo Não Para (2018), viveu o catador de lixo Eliseu, que virava amigo e conselheiro de dom Sabino (Edson Celulari).

Segundo o Memória Globo, Milton Gonçalves foi o primeiro brasileiro a apresentar um prêmio no Emmy Internacional. Na cerimônia de 2006, esteve ao lado da atriz americana Susan Sarandon para anunciar o vencedor de Melhor Programa Infantojuvenil.

Milton Gonçalves também enveredou pela política e chegou a se candidatar a governador do Rio de Janeiro em 1994. Sem conseguir se eleger, ficou desiludido com o pleito (mas nunca com a militância) e emprestou um pouco de sua experiência ao político corrupto Romildo Rossi, de A Favorita (2008), atualmente reprisada pela Globo.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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