Diretor queria tornar Charlize Theron mais sexualmente desejável

Charlize Theron passou por perrengues desagradáveis no começo da carreira. Considerada uma musa de Hollywood, a atriz revelou que um diretor –que ela não identificou– queria torná-la mais sexualmente desejável para um de seus filmes, e abriu o jogo sobre ter passado raiva com homens que queriam controlar como ela tinha que se vestir.

“Não ter absolutamente nenhum controle sobre o que você está vestindo é um grande problema que realmente me incomodou por anos”, afirmou a atriz à revista Harper’s Bazaar. “Ter um cara me fazendo provar roupas quase na frente deles –ou outras coisas assim– é realmente depreciativo. Quando comecei, não havia conversa sobre isso. Era sempre ‘isso é o que você deverá vestir.’”

Sua experiência tornou-se ainda pior com um diretor em particular, que não escondeu suas intenções ao tentar colocá-la em roupas mais chamativas, com o claro objetivo de sexualizá-la. “Eu me lembro de um filme em particular, esse diretor homem que continuou me chamando, prova de roupa após prova de roupa… Era tão óbvio que tinha a ver com a minha sexualidade e o quão sexualmente desejável eles poderiam me tornar no filme. E quando eu comecei, isso era meio que a norma”, desabafou Charlize.

Charlize Theron luta pelos direitos das mulheres e contra a sexualização desde que entendeu que seria retratada na tela de maneiras que chamariam a atenção dos homens, com este único propósito. “Há uma luta natural em mim para querer criar ambientes que se pareçam com as coisas que eu gostaria de ter 30 anos atrás, quando comecei”, afirmou. 

A atriz fundou a produtora Denver & Delilah em 2003, após sua experiência com o filme Monster – Desejo Assassino (2003), que lhe rendeu um Oscar de melhor atriz. Segundo Charlize, os financiadores do filme queriam “um filme lésbico quente comigo e Christina Ricci”, em vez da visão mais sutil que a diretora Patty Jenkins desejava.

The Old Guard (2020), que teve produção de Charlize Theron, tinha um elenco e uma equipe formados por 85% de mulheres, uma estatística da qual se orgulha. “Nem sempre acerto, mas estou muito ciente de olhar para o quadro geral e dizer: ‘Isso é realmente o melhor que podemos fazer?’”, questionou.