Divulgação/NBC
Marta Kauffman se arrependeu de não ter escalado mais negros para sua comédia mais conhecida, que ficou marcada por personagens brancos
Uma das comédias mais bem-sucedidas da história, Friends (1994-2004) recebe muitas críticas por conta de seu elenco totalmente branco. Marta Kauffman, que criou a atração com o amigo David Crane, decidiu reverter essa situação. Ela vai doar US$ 4 milhões (R$ 20,6 milhões) para o incentivo de estudos da cultura africana e afroamericana.
A doação será feita para a Universidade de Brandeis, onde ela se formou em 1978 e onde conheceu Crane. Ou seja, um local extremamente importante para a existência de Friends. Segundo a instituição de ensino, o dinheiro será usado para apoiar professores que se dediquem a pesquisas sobre o tema, além de recrutar especialistas, mapear prioridades a longo prazo e oferecer novas oportunidades para alunos.
Com a morte de George Floyd (1973-2020) e os protestos da população negra contra a violência policial nos Estados Unidos, a criadora de Friends disse que foi afetada e que passou a refletir sobre o tema. Em diversas entrevistas, Marta alegou que se arrependia de não ter colocado mais diversidade na sitcom.
Marta Kauffman, criadora de Friends, com o professor Chad Williams
Mike Lovett/Universidade de Brandeis
“Levei muito tempo para começar a entender que eu tinha internalizado meu racismo sistêmico. Tenho trabalhado bastante para me tornar uma aliada, alguém que é contra o racismo. E essa foi a maneira que encontrei de participar da discussão sob a perspectiva de uma mulher branca”, disse ela em comunicado divulgado pela Brandeis ao Hollywood Reporter.
“Essa contribuição é muito significativa para a universidade e para o departamento de Estudos da África e dos Afroamericanos”, completou Rob Liebowitz, presidente da Brandeis. “É a primeira doação do tipo para o programa, e vai poder assegurar os estudos de cultura, história e política pelas próximas gerações de alunos da Brandes, algo mais importante do que nunca.”
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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