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Evelyn Rodrigues

Reprodução/Instagram

REPÓRTER DO ESPORTE

Mais do que machismo, Evelyn Rodrigues sofreu xenofobia no UFC

Repórter do UFC, Evelyn Rodrigues precisou superar preconceito contra latinos nos Estados Unidos para alcançar credibilidade

Giulianna Muneratto

Repórter brasileira pioneira no UFC, Evelyn Rodrigues foi aos poucos cavando seu espaço em Las Vegas, berço do esporte, até se tornar referência na área. Atualmente, ela é correspondente contratada do UFC Fight Pass, mas precisou enfrentar muitos desafios até chegar onde está hoje.

Em entrevista à Tangerina, Evelyn Rodrigues contou que sua trajetória foi bem incomum. A jornalista foi parar em Las Vegas para fazer um curso de inglês e, por meio da empresa de assessoria para a qual trabalhava na época, acabou se estabelecendo por lá. Para se manter nos Estados Unidos, se aventurou por diversos trabalhos freelancers que deram a ela experiência em áreas inimagináveis.

“Eu não queria jornalismo esportivo de jeito nenhum, porque era muito concorrido para estagiar”, revela, relembrando os tempos de faculdade. A sua escola de inglês, porém, ficava de frente para a academia sede do UFC, o que despertou sua curiosidade e fez com que ela mergulhasse no mundo da luta.

“Por acaso, descobri que ia rolar o UFC 126, do Anderson Silva contra o Vitor Belfort, e me credenciei para saber do que se tratava. Eu estava perdida, o Belfort eu conhecia da Casa dos Artistas [2001-2004], mas o Anderson eu não fazia ideia de quem era. Fui conversando com os jornalistas e comecei a filmar algumas coisas. Por sorte, peguei o momento em que Belfort chama Anderson de ‘mascarado’, e isso teve grande repercussão”, explica.

Daí em diante, Evelyn trilhou um caminho surpreendente. A jornalista acabou se tornando repórter da Globo e do canal Combate, até ganhar credibilidade como jornalista no meio. “Eu não tinha medo. Eu me enfiava nas coisas, e os caras até reconheciam em mim algo do tipo ‘ela está querendo aprender, ela quer fazer’”, conta.

Porém, seu maior desafio nos Estados Unidos foi enfrentar a xenofobia. Ainda que o UFC seja um esporte predominado por homens, Evelyn Rodrigues não chegou a vivenciar machismo ou assédio por ser mulher, mas o preconceito por ter vindo de um país latino era algo que se sobressaía no começo de sua carreira.

“Na época em que eu cheguei, o Brasil não era um mercado, então o preconceito que eu sofria era por ser latina. Os próprios atletas não sabiam muito qual era a minha, mas eles foram vendo que eu queria fazer o negócio funcionar, queria conhecer o esporte de fato”, relembra.

“Eu também sou repórter, não dou minha opinião como comentarista, então não sei como seria a receptividade das pessoas se eu virasse comentarista. Mas como repórter não passei por machismo nem nada do tipo.”

Apesar dos desafios, o nome de Evelyn Rodrigues acabou se tornando sinônimo de UFC no Brasil e ela trilhou um caminho rumo ao sucesso. “As pessoas me veem em todo canto há 12 anos e virou algo comum, eu estou sempre lá. Já é algo atrelado, desde o começo”, finaliza a repórter.

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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