Fenômeno no TikTok, teacher fatura grana alta com conteúdo sensual

Foi em uma viagem à Austrália que Cibelly Ferreira descobriu que talvez pudesse seguir carreira como professora de inglês. Sem intenção, ela dava aulas para ajudar seus colegas de outros países, mas acabou desenvolvendo um método próprio e, quando voltou para o Brasil, seguiu na profissão e até abriu a própria escola de idiomas. O que ela não imaginava é que seu jeito divertido de ensinar ia bombar no TikTok e que os comentários que receberia sobre sua sensualidade dariam a ela uma nova maneira de ganhar dinheiro. 

Atualmente, Cibelly lidera a lista de perfis mais acessados na Privacy, plataforma que dá espaço para a publicação de fotos e vídeos sensuais a partir do pagamento de uma assinatura. “Tem sido bem legal esse reconhecimento, o pessoal pedia bastante para abrir uma conta e, antes mesmo de estrear, já tínhamos vários assinantes. Só tenho a agradecer todo esse carinho”, diz a teacher sensual.

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Lavras, Cibelly nunca nem imaginou que se tornaria professora de inglês. E ela também nunca teve pretensão de ficar famosa nas redes sociais. “Foi um vídeo que um aluno meu postou que bombou nas redes”, conta em entrevista exclusiva à Tangerina. “Eu era a maior ‘nerdona’, não tinha essa pretensão de ter [seguidores]. Aí o vídeo em que eu danço com ele e brinco que o peço para sair da sala estourou. Depois, tudo foi acontecendo muito rápido.”

Cibelly, que atualmente está com 30 anos, conquistou uma base boa de fãs em sua conta no TikTok. Atualmente ela tem 6,5 milhões de seguidores na plataforma, e seus vídeos de dancinhas com os alunos e sozinha fazem sucesso e já ultrapassaram 60 milhões de curtidas. 

Em um período no qual vivia uma confusão com relação à sua profissão e havia passado pela mão de empresários que não entendiam sua metodologia de ensino, ela acabou se deparando com plataformas como o OnlyFans e a Privacy. “Muitas pessoas no meu Instagram começaram a perguntar, eu estudei e falei: ‘Será que é realmente uma forma bacana de ganhar dinheiro? Será que realmente vai suprir as minhas necessidades?’. Porque, assim, tem o seu lado extremamente positivo, mas também tem seu lado negativo”, explica. 

Para fazer um teste, a professora publicou um vídeo dançando despretensiosamente de lingerie em seu Instagram. A repercussão foi tão surpreendente que ela não pensou duas vezes antes de criar sua conta e passar a investir em conteúdo adulto. 

Mas e a escola?

Cibelly, porém, ainda tinha uma escola para administrar e precisava lidar diariamente com crianças, adolescentes e seus pais. Por isso, ela achou melhor deixar claro que ela tinha essa persona sexy fora da escola, mas que jamais misturaria as coisas. 

“Eu conversei com os pais dos meus alunos e também deixei que eles ficassem à vontade para me fazer perguntas. Eles não perguntaram, mas eu deixei sempre em aberto”, esclarece. “Eu levo o meu profissional a sério, falei que tenho esse meu outro lado, mas que quem quiser fazer aulas comigo terá a melhor aula. Vou sempre fazer tudo da melhor maneira.” 

A teacher, porém, nunca deu abertura para que esse tema fosse ridicularizado em sala de aula, ou que qualquer coisa fosse abordada de maneira que cruzasse a linha do respeito. “Não dou abertura e, dessa forma, deu tudo certo. Foi uma profissão que eu decidi manter e levo a vida de professora e de empresária.”

A revelação da existência do conteúdo sensual para os pais dos alunos acabou gerando certo desconforto em alguns, que preferiram não renovar a matrícula de seus filhos com a escola. “Tiveram poucos cujas mães não chegaram a tirar da escola, mas apenas não renovaram a matrícula. E está tudo certo, porque a maioria permaneceu”, conta. 

Planejamento e empoderamento

Cibelly Ferreira afirma que a grana que ela fatura nas plataformas de conteúdo adulto é “exponencialmente maior” do que o dinheiro que ela faz sendo professora de inglês. Na Privacy, ela vende sua assinatura a R$ 89,99 por mês e tem quase 15 mil curtidas. “É um bom dinheiro. É algo para o qual não posso virar as costas”, confessa.

O conteúdo, porém, é totalmente planejado e feito com grande produção. “Eu não chego lá, tiro uma foto no espelho e posto. Não, meu conteúdo tem toda uma estratégia por trás”, explica.

Nas plataformas de conteúdo adulto, a professora faz ensaios sensuais temáticos. “A última vez o tema foi boneca, mas já teve 50 Tons de Cinza, cachoeira com flores e diversos outros”, conta.

A maioria dos seus conteúdos é solo, mas ela também convida outras mulheres para participar de alguns ensaios, de maneira colaborativa. “Nudez não é pornografia, né? Então o que eu faço tem uma aura bem sensual, mas não tem nada assim de pornográfico.”

Ela ainda revela que já rolaram pedidos dos mais diversos tipos pelos assinantes das plataformas, mas que ela não tem coragem de atender todos. “Pedem para eu vender sapato, calcinha, e uma vez já me pediram para vender meu cocô. Algumas coisas são bem diferenciadas”, conta. “Mas propostas desse tipo sempre vão existir.”

Há um público fanático pela ideia de ela ser uma professora, mas Cibelly não mistura as coisas. “Eu tento dar atenção para os assinantes na plataforma, tem vezes que eu chego até a dar dicas de inglês se me pedem, mas são bônus. Eu tento não misturar as coisas, por lá eu vendo o meu conteúdo adulto”, explica. 

Para ela, a melhor forma de ingressar nas plataformas é tendo base e conhecimento. “Você precisa sempre analisar se é aquilo que você realmente quer. É necessário procurar um bom psicólogo, porque se você entrar nesse mercado e perceber que não é o que você queria, pode entrar em depressão”, desabafa. 

Sua ideia, atualmente, é desmistificar o tabu de que a mulher sensual não é inteligente, e empoderar mulheres para que se libertem das amarras da sociedade. “Se você tiver conhecimento, pode ser o que quiser. Sou muito a favor do empoderamento feminino, quero que as mulheres tenham essa liberdade, usem essa sensualidade que é inerente a nós, e façam o que quiserem”, finaliza.