Reprodução/Instagram
Internado e recebendo cuidados paliativos há um mês, ex-jogador não resistiu à luta contra câncer no cólon que havia se espalhado
Ídolo do futebol mundial, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, morreu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos. O ex-atleta estava internado no Hospital Albert Einstein, já em cuidados paliativos, desde 29 de novembro. O craque lutava contra um câncer no cólon que havia se espalhado para o coração e rins.
Considerado um dos maiores atacantes de todos os tempos, Pelé nasceu em 1940, no município de Três Corações, em Minas Gerais. O apelido vem dos tempos de escolas e faz uma alusão à maneira como Edson pronunciava o nome do Bilé, então goleiro do Vasco da Gama de São Lourenço, seu jogador favorito de futebol.
Antes de se tornar um gigante no esporte, ele cresceu na pobreza, em Bauru (SP). Com meias surradas e uma bola nada adequada, Pelé praticava o tão amado futebol, mas nem imaginava que conseguiria o status que obteve durante a vida.
O primeiro clube para o qual jogou foi o Sete de Setembro e, logo depois, foi para o Ameriquinha, no qual ganhou seu primeiro torneio local. Com apenas 13 anos, ele já foi se tornar um verdadeiro profissional, entrou para o time infantojuvenil do Bauru Atlético Clube e chegou a vencer uma das partidas com um placar de 21 a zero; Pelé marcando sete gols.
Daí para frente, Edson Arantes do Nascimento foi pavimentando seu caminho como ídolo nacional. Com 15 anos, ele entrou para o Santos Futebol Clube, e começou recebendo um salário de 6 mil cruzeiros. Sua estreia profissional, coincidentemente, foi em 7 de setembro de 1956, data que remetia ao mesmo nome do primeiro clube no qual jogou em sua vida. O Santos saiu vitorioso por 7 a 1 contra o Corinthians de Santo André.
Ele fez parte da verdadeira era de ouro do Santos Futebol Clube e, a partir de suas jogadas impressionantes, chamou a atenção de Sylvio Pirillo (1966-1991), técnico da Seleção Brasileira. Pelé jogou pelo Brasil com apenas dez meses de carreira profissional e, como atacante, deu ao país o primeiro título de Copa do Mundo da história –sendo o jogador mais jovem do torneio.
Pelé acumulou em sua carreira três títulos mundiais, nas Copas de 1958, 1962 e 1970. Em 1969, ele alcançou a marca de mil gols na carreira de atleta, e sua despedida da seleção foi em 1971. Ele, no entanto, continuou sua carreira como jogador profissional na casa que primeiro o acolheu, o Santos.
E não parou por aí: ele ainda teve muitos jogos para mostrar sua potência como um dos atacantes mais reconhecidos na história do futebol.
O astro, porém, também teve uma vida pessoal bastante agitada: Pelé teve três filhos com sua primeira mulher, Rosemari, de quem se separou em 1980, mas também teve outras duas fora do casamento.
Sandra Regina Machado (1964-2006) foi fruto de uma traição com a empregada doméstica Anisia Machado, e ela só conseguiu reconhecimento no tribunal por meio de teste de DNA. Pelé, porém, não quis contato com a filha, que morreu de câncer.
O astro do futebol também namorou a apresentadora Xuxa Meneghel durante cinco anos e, em 2016, casou-se com a atual mulher, a empresária Marcia Aoki.
Durante muito tempo, Pelé foi acusado de ser garoto-propaganda da Ditadura Militar (1964-1985), porque ele não se posicionava politicamente. Em entrevistas, ele chegou a afirmar que sua posição como jogador o impedia de fazer concessões.
Em 1984, porém, ele apoiou o movimento Diretas Já que, segundo ele mesmo, “ajudou o povo brasileiro no caminho pela liberdade”. Ele também chegou a ser ministro extraordinário do Esporte entre 1995 e 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A saúde do craque sempre teve suas fragilidades. Em 1977, ele precisou ter seu rim removido; em 2012, passou por uma cirurgia no quadril, mas um erro médico ocorreu e ele precisou de uma nova intervenção em 2016.
Sua saúde debilitada o impediu de participar da cobertura ou da plateia de Copas a partir de 2018 e, desde 2020, ele apenas se locomovia com a ajuda de um andador. Por isso, ele evitava aparecer em público. O câncer no cólon foi diagnosticado em 2021, e em 2022, ele não respondia mais ao tratamento quimioterápico, sendo submetido ao paliativo.
Pelé deixou um legado eterno como o verdadeiro rei do futebol, que quebrou recordes, foi responsável por criar a reputação da Seleção Brasileira como uma das maiores do esporte e se tornou um ídolo inesquecível para dezenas de gerações.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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