Jornais cancelam publicação da tirinha Dilbert por racismo de criador

É o fim da linha para Dilbert e seu criador, Scott Adams. Famosas tirinhas publicadas nos principais jornais americanos sairão de circulação após o cartunista destilar ódio e comentários racistas contra a população negra em vídeo publicado em seu canal do YouTube, na última quarta-feira (22).

Scott Adams reagiu a uma votação divulgada pela Rasmussen Reports, que indicava que 26% dos participantes negros não concordavam com a expressão “é ok ser branco”, contra 21% que diziam não ter certeza. A frase foi popularizada em 2017 por participantes de extrema-direita de fóruns online norte-americanos. 

“Eu não quero ter nada a ver com eles. E, tendo em conta como as coisas estão, o melhor conselho que eu posso dar aos brancos é desaparecerem da vista dos negros, porque não há como consertar isto”, disparou Adams.

O cartunista ainda culpou os negros por “não se focarem na educação” e soltou uma piada de mau gosto, dizendo que está “farto de ver vídeos de negros americanos espancarem cidadãos não negros”, quando a situação é na grande maioria das vezes inversa. 

Apelos para que Dilbert fosse cancelado dos jornais norte-americanos se espalharam pelas redes sociais e, na última sexta-feira (24), a empresa de mídia USA Today –que dirige mais de 300 publicações nos Estados Unidos– declarou o cancelamento dos quadrinhos, bem como o The Washington Post. 

Dilbert foi publicada pela primeira vez em 1989, como uma sátira do ambiente corporativo norte-americano. Desde sua declaração de apoio a Donald Trump na campanha presidencial de 2016, porém, Scott Adams foi perdendo cada vez mais seguidores e sendo identificado como um cartunista de discurso extremista.