Agora no Prime Video, Lázaro Ramos luta contra algoritmo do streaming

Depois de passar quase duas décadas como contratado da Globo, Lázaro Ramos decidiu dar uma reviravolta na carreira e recomeçar no Prime Video com um contrato de showrunner. Depois de estrelar o especial Feliz Ano Novo… de Novo e com o longa Um Ano Inesquecível – Outono pronto para estrear na plataforma da Amazon, o ator e diretor admite que ainda tenta lutar contra o algoritmo que pode ajudar uma produção a fazer sucesso no streaming.

No programa de comédia que dividiu com Ingrid Guimarães no Prime Video, Ramos até fez piada com um mandamento que diz que os cinco primeiros minutos de uma série ou de um filme são os mais importantes para o público decidir se vai assistir até o final ou largar o produto no meio. Mas, em entrevista exclusiva à Tangerina, ele assume que não consegue ficar se pressionando para atender a cada “lei do algoritmo”.

“Cara, vou te dizer uma coisa: eu até gosto de ler essas coisas, a piada inclusive surgiu de uma pesquisa que eu tinha visto. Mas, assim… Que meus contratantes não leiam essa reportagem (risos). O que eu posso oferecer é a minha dedicação e o meu empenho em fazer o melhor possível. Como eu não assino o cheque, agradar ao algoritmo não é exatamente uma preocupação minha (risos). Então eu fico com a dedicação, oferecendo o meu melhor e tentando trabalhar com a minha verdade de sempre. Quem assina o cheque é que precisa se preocupar com o resto”, brinca.

“E tem uma coisa que eu acho muito legal do meu trabalho que é tentar criar produtos relevantes, com a identidade brasileira. Tem alguns lugares e alguns gêneros que a gente ainda não experimentou e que precisa testar para ver como é que eles vão encontrar o público”, adianta Ramos, que fez de Um Ano Inesquecível – Outono um grande projeto musical.

“Eu acho isso muito legal, porque o Prime Video está no mundo todo, em vários países, e eu fico muito ansioso para encontrar a cara do Brasil, um jeito de fazer e falar dos assuntos que seja bem brasileiro. E isso não é um algoritmo que vai ditar, né? Não tem fórmula mágica, mas tem algo de experimentação e de encontrar o lugar da gente em um espaço tão disputado como é o streaming hoje em dia”, valoriza o ator e diretor.

Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos no especial Feliz Ano Novo... de Novo, do Prime Video

Divulgação/Prime Video

Lázaro Ramos ainda abre o jogo sobre os motivos que o fizeram sair da Globo e assinar com a Amazon. “Desde que eu comecei pequenininho lá em Salvador, eu sempre fui muito inquieto, tentava investigar outras maneiras de falar sobre o mesmo assunto e me desafiava a aprender profissões novas dentro do setor artístico. Eu sempre fui assim. Agora eu tenho um contrato de showrunner, só que eu nunca tive um nome para esse cargo que já era o da curiosidade”, resume.

“Hoje eu tenho um cargo, um nome e um espaço, e estou me vendo com todos os desafios que isso traz. Porque a minha carreira já estava em um momento superlegal, de ser respeitado, de trabalhar constantemente. Mas agora eu tenho que me reinventar todos os dias, preciso aprender coisas novas. E isso é muito desafiador, mas também reaviva uma chama da paixão da descoberta, né? Porque, nessa profissão, e eu graças a Deus já trabalhei muito, pode chegar um momento em que você fica ali um pouco obsoleto, sabe? Fazendo mais do mesmo e tal. Eu, com 44 anos, estou me redescobrindo e me reapaixonando pelas possibilidades da profissão que eu tenho”, filosofa o artista.

Foi a vontade de viver novas possibilidades que fez Ingrid Guimarães seguir o caminho do amigo e também trocar a maior emissora do país pelo streaming da Amazon. “Tem artistas que gostam de ter o mesmo trabalho, de ficar ali em um lugar mais cômodo. Eu, apesar de ser uma canceriana que gosta de estar com as mesmas pessoas, estava sentindo muita necessidade de dar um passo diferente na minha carreira”, confidencia à reportagem.

“Eu já fiz sucesso na TV, no teatro, no cinema, e estava com uma necessidade de mudança. Então o convite veio perfeito para o momento que eu estava vivendo. Eu fiz 50 anos, então tudo cabia. Acho importante para um artista se reciclar, respirar e se colocar em novas coisas, novas conquistas, sair do lugar de conforto. Acho que, para o artista crescer, ele tem que sair do lugar de conforto, na minha opinião. Então foi muito boa essa mudança, sair de uma empresa em que eu estava há muitos anos e ir para um lugar novo, com uma turma que tem a ver comigo, já foi por si só uma mudança importante”, finaliza a comediante.