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Luigi Baricelli

Reprodução/Instagram

LUIGI BARICELLI

Ex-galã da Globo muda visual e filosofa: ‘Vivenciei todos os pecados’

Autodenominado spiritual innovator, Luigi Baricelli está diferente --por dentro e por fora; à Tangerina, ele abre o jogo sobre suas mudanças

Giulianna Muneratto

Quem conhece Luigi Baricelli hoje, certamente não imagina que ele conquistou corações por todo o Brasil anos atrás e foi galã de novelas da Globo como Alma Gêmea (2005) e O Profeta (2006). O ator e apresentador se desprendeu das vaidades e mudou completamente o visual para viver uma nova filosofia de vida, se autodenominando um spiritual innovator

O que a princípio pode parecer um termo cunhado para uma espécie de mercado de empreendedorismo espiritual, para o ator não tem relação com seu lado empresarial, mas sim com o que ele mesmo denomina ter sido o seu “despertar” para uma nova visão de mundo.

Luigi Baricelli lançou recentemente o livro Sentir para Pensar, publicado pela Citadel Editora, escrito para revelar suas descobertas. Apesar de ter o preço médio de R$ 49,90, ele afirma que não quer faturar com a obra.

“O livro é um serviço, com um propósito maior de doação. Eu não ganho nada com o livro, é tudo parte de um processo para ajudar as pessoas a se identificarem e trazer a elas um nível de conhecimento e de libertação do sistema”, revela em bate-papo exclusivo com a Tangerina.

Luigi Baricelli fez sucesso nos anos 1990 e 2000, esteve em elencos de novelas do horário nobre e até chegou a ser apresentador de quadros no Domingão do Faustão (1989-2021) e do finado Vídeo Show (1983-2019).

“A minha questão é que eu luto até contra mim mesmo, porque não estou aqui para vender um produto. Eu estou aqui para realmente viver o meu propósito, que são os outros. Eu não tenho apegos, principalmente porque já vivenciei tudo o que podia”, conta. “Sucesso, dinheiro, poder, sexo –não são sete pecados, mas sim quatro. E eu já vivenciei todos os pecados.”

De acordo com Baricelli, não houve um momento brusco de ruptura para que percebesse que queria viver a vida desse jeito: ele sempre teve essa filosofia intrínseca e conseguiu despertá-la gradualmente. “Sempre fez parte da minha vida, mas não era tão intenso e tão claro. Eu estava em um sistema com o qual não sabia lidar, então na primeira conta para pagar eu já deixava isso de lado”, explica.

“Um dizia ‘você tem que ser macho’, e outro falava ‘você tem que ser pegador’, ou ‘você não pode ter essa energia tão feminina’. Afinal, qual é o problema? Porra, eu sou assim. Diziam ‘você é gay’ –e se for, qual é o problema? Não sou. Mas se fosse, não ia ter problema nenhum. Eu sei o que eu sou”, profere o ator.

Externo que reflete mudanças internas

Com cabelos grisalhos e tranças nas madeixas e na barba, o ex-galã conta que o look é coerente com a evolução espiritual que vivencia hoje. “É uma forma de expressão e tem um significado e uma simbologia. Essa configuração não existe, você não tem referência”, conta o ator, apontando para a barba.

“Isso aqui é referência chinesa, isso é referência viking, mas essa composição não existe, do jeito que eu fiz. Ela é minha, porque tem uma simbologia.”

Luigi Baricelli dissecou todos os significados por trás da composição de seu novo visual. “De queixo para a frente, você cria a realização. Quando eu raspo meu lado feminino, isso entra na sua psique. Os cabelos são a força e tem uma tríade –pai, filho e espírito santo. Aqui tem a trança, que são três, que significa perdão, gratidão e amor. A fórmula que resolve a equação da vida, o sofrimento”, filosofa.

Para explicar o nível de pensamento que adotou agora, o apresentador contou uma anedota filosófica de Alexandre, o Grande. Em determinado momento da vida, após ter feito todas suas conquistas, ele queria ter sido como o filósofo Diógenes, que dizia se bastar por ele mesmo.

Segundo Baricelli, é necessário enxergar além de si e ver todas as coisas como sagradas para transcender. “Para o homem, o sexo não é sagrado, coisa que para os incas era. Acabaria toda essa coisa de feminismo –não por uma exigência, mas por educação– quando se torna a mulher sagrada. Quando você torna a mulher sagrada, o homem vai tratá-la como uma divindade, com respeito, então acaba a necessidade do feminismo, porque o valor da mulher é muito maior do que simplesmente um salário igualitário”, declara.

Mas e a Mega da Virada?

Luigi Baricelli virou até meme por ser apresentador da Mega da Virada. O ator é carimbado como o apresentador do sorteio mais aguardado do ano pelos brasileiros, já que a loteria movimenta milhões de reais. Em seu momento atual, porém, ele não sabe se retornará para as telas este ano. Mas também não descarta a possibilidade.

“Eu sou contratado porque eles têm certeza que vai ter entrega. Entrego responsabilidade, então eles sabem que não falha. Também tem outras pessoas que podem fazer, mas você vai arriscar fazer com outra pessoa? É um lado que funciona muito bem há anos”, explica.

Apesar de afirmar que o dinheiro às vezes pode se tornar uma espécie de prisão, o ator disse que a Mega da Virada tem tudo a ver com o processo de espiritualidade. “Se você entender todos os processos e que aquilo ajuda outras pessoas, com patrocínios e tudo mais, você se sente mais tranquilo”, confessa.

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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