Maria Eduarda de Carvalho revela abuso aos 12 anos: ‘Me senti suja’

Maria Eduarda de Carvalho, conhecida por seus papéis nas novelas Cara e Coragem (2022) e Éramos Seis (2019), usou o Instagram para contar um relato pessoal de abuso que viveu aos 12 anos. O vídeo foi publicado em repúdio à fala do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, sobre “pintar um clima” com meninas de 14 e 15 anos.

Em seu perfil do Instagram, Maria Eduarda publicou um vídeo contando o caso, e desabafou que nunca imaginou sentir a necessidade de expor a história. “Sangrando por dentro, divido com vocês o episódio de abuso que sofri aos 12 anos de idade”, escreveu.

O caso aconteceu dentro de sua própria casa, com um amigo da família. “Eu tinha 12 anos e ele bem mais de 40. Era um homem de família, tinha um filhinho de 4 anos, tinha uma namorada. Tinha fé em Cristo, mas eu duvido que Jesus abençoasse a forma que ele olhava para mim”, relatou a atriz.

O primeiro episódio já a deixou suficientemente alerta. “Um dia, ele me surpreendeu sozinha na sala, enfiou a língua no meu ouvido e chupou a minha orelha. Eu, completamente atordoada, não consegui oferecer resistência. Me senti suja, parecia que eu tinha sido carimbada com um selo de impureza”, contou.

O abuso mais marcante, porém, aconteceu enquanto ela dormia. “Uma noite, numa festa na minha casa, eu já dormia porque era tarde e acordei com ele apalpando os meus seios. Seios de uma menina de 12 anos”, afirmou. 

“Quando eu entendi o que estava acontecendo, eu me virei de bruços para interromper aquele toque. Ele subiu em cima de mim e incompreensivelmente excitado, começou a esfregar o corpo dele contra o meu com força. Aí eu gritei. Eu berrei pela minha mãe, que veio ao meu socorro.”

Maria Eduarda de Carvalho contou que a história a assombrou durante anos de sua vida e ressaltou a importância de ter sido socorrida por sua mãe. “Milhares de meninas não podem e estão neste momento inteiramente reféns de homens como o presidente da república Jair Bolsonaro, que acredita que pode ter ‘pintado um clima’. Não pintou um clima, pintou um crime. Pelos nossos corpos, pelos corpos das nossas filhas, não dá para relativizar”, contestou a artista.