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Melissa Barrera na franquia Pânico

Divulgação/Spyglass

CAÇA ÀS BRUXAS

Palestina e Israel causam guerra fria em Hollywood por opiniões

Hollywood promove uma espécie de 'caça às bruxas' a profissionais que demonstram apoio à Palestina em guerra contra Israel

Giulianna Muneratto

A guerra entre Israel e a Palestina tem causado uma divisão inevitável em Hollywood. Com grandes plataformas, atores se veem na obrigação de sair em defesa e de prestar condolências ao lado com o que se identificam no conflito. As consequências disso, porém, vêm de forma rápida e, por vezes, dolorosa. Mais recentemente, a atriz Melissa Barrera fez uma publicação contra os ataques das tropas israelenses à Faixa de Gaza, demonstrando apoio à Palestina, e foi cortada da franquia Pânico.

Os estúdios e produtoras estão promovendo uma verdadeira caça às bruxas para quem se posicionar contra Israel no conflito que já acontece há anos no Oriente Médio, e foi intensificado desde o ataque do Hamas a uma festa no país em 7 de outubro. “Gaza está sendo tratada atualmente como um campo de concentração”, escreveu Melissa nos Stories do Instagram. “Encurralar todos juntos, sem ter para onde ir, sem eletricidade, sem água… As pessoas não aprenderam nada com a nossa história. E assim como nossas histórias, as pessoas ainda assistem silenciosamente a tudo acontecer. Isso é genocídio e limpeza étnica”, acusou ela.

A publicação pegou mal na Spyglass, empresa por trás da franquia Pânico, e um porta-voz emitiu um comunicado logo após o posicionamento da atriz. “A posição da Spyglass é inequivocamente clara: temos tolerância zero com o antissemitismo ou o incitamento ao ódio de qualquer forma, incluindo referências falsas a genocídio, limpeza étnica, distorção do Holocausto ou qualquer coisa que ultrapasse flagrantemente os limites do discurso de ódio”, escreveu o estúdio.

Segundo o Entertainment Tonight, Jenna Ortega, que também já demonstrou apoio e solidariedade à Palestina, teria solicitado para encerrar seu contrato com a franquia Pânico em apoio à colega de elenco.

Outro caso que chamou a atenção foi o da agente de Tom Cruise, Maka Dakhil, que publicou uma série de comentários em defesa da Palestina e ficou a um passo de ser demitida da agência na qual trabalha, a CAA (Creative Artists Agency).

O ator da franquia Missão: Impossível precisou entrar com uma ação para impedir que ela sofresse qualquer tipo de consequência por emitir suas opiniões. As declarações de Maka foram publicadas em seu Instagram, e incluíam a citação de genocídio sobre as ações de Israel na Faixa de Gaza. “O que parte mais o coração que testemunhar um genocídio? Testemunhar o negacionismo de que um genocídio esteja acontecendo”, escreveu a agente.

Susan Sarandon foi mais uma vítima do boicote. A intérprete de Victoria Kord em Besouro Azul (2023) sofreu retaliação e foi abandonada por sua agência, a UTA (United Talent Agency), após denunciar o genocídio em Gaza.

Hollywood se dividiu totalmente diante do conflito entre Israel e Palestina. Desde os ataques do grupo terrorista Hamas, que matou 1,2 mil pessoas e fez outras 200 como reféns, a retaliação israelense causou uma cisão entre atores, produtores, diretores e outros profissionais da indústria televisiva e cinematográfica dos Estados Unidos.

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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