Raphael Montes inova com primeiro suspense infantojuvenil: ‘Sonho’

Após estabelecer seu nicho e fazer sucesso como autor de suspenses, Raphael Montes deu um novo passo da carreira e lançou seu primeiro livro voltado ao público infantojuvenil. A Mágica Mortal: Uma Aventura do Esquadrão Zero marca uma novidade para o escritor, que apostou em uma história de crime e mistério para instigar seus leitores mais jovens.

A obra apresenta o Esquadrão Zero, um grupo de jovens detetives que embarca em uma investigação repleta de perigos e reviravoltas. Apaixonado por ilusionismo, o protagonista Pedro se vê envolvido em um crime terrível quando seu melhor amigo se torna vítima de um mágico sinistro. Determinado a encontrar o culpado, o protagonista reúne seus amigos de escola –Pipa, Analu e Miloca–, que se lançam em uma aventura para desvendar o caso.

Em entrevista à Tangerina, Montes detalhou o processo de criação de sua nova obra. “Eu comecei a gostar de ler por conta de mistérios juvenis. Foram esses livros que me formaram como leitor. Então eu sempre quis escrever para esse público”, revela.

Por ter se consagrado com suspenses mais chocantes e fortes para adultos, Raphael contou que teve medo de não saber escrever para o público mais jovem –o que acabou adiando sua primeira obra voltada para leitores a partir de dez anos. “Eu queria escrever um livro de mistério que fizesse os jovens se apaixonarem por ele, que desse aquele quentinho no coração e aquela sensação de aventura. Acontece que eu não sabia se eu sabia fazer, porque os meus livros adultos são livros com temas difíceis, pesados, fortes e, para algumas pessoas, até chocantes”, detalha.

O que fez com que ele realmente desse uma chance para o universo juvenil foi um encontro inesperado com o ídolo de infância, Pedro Bandeira. “Ele estava saindo da Bienal [do Livro], eu estava chegando e fiquei muito emocionado de encontrá-lo pela primeira vez. Falei que eu amava o trabalho dele e virei escritor um pouco por causa dele, aí dei meus livros para ele ler. Ele leu e disse: ‘Raphael, você é um autor juvenil. Você tem que escrever livros juvenis. Você tem tudo para fazer livros que vão ser lidos por muitos anos, por muitas gerações’”, conta.

Bandeira, inclusive, escreveu a apresentação de A Mágica Mortal e descreveu a obra como “um suspense mais intrincado do que um quebra-cabeça montado pelo avesso”. Para Raphael, foi importante tratar os jovens com a seriedade que eles merecem ser tratados para que a obra não fosse classificada como “boba”. “Não é porque é um livro juvenil que precisa ser bobo. Muitos adultos estão lendo e gostando também. Em tese, eu não mudei nada de como eu escrevo, apenas não fiz descrições gráficas ou incorporei coisas muito visuais. Não baixei meu vocabulário de nível, escrevi como escrevo normalmente, só com uma violência mais cuidadosa”, pontua.

Raphael aproveitou para realizar alguns de seus sonhos de infância em sua nova obra. “Eu queria ser mágico quando criança, então incorporei isso à história. Meu sonho de animal de estimação era um orangotango, então o Esquadrão Zero tem um orangotango. Eu sonhava em ter um irmão gêmeo, porque pensava ‘se eu estudasse metade das matérias e ele a outra metade, a gente se daria superbem nas provas’. Então Analu e Miloca são gêmeas. Fui colocando várias coisas que eram realmente minhas, meus sonhos e desejos da infância e adolescência”, afirma.

A Mágica Mortal: Uma Aventura do Esquadrão Zero está disponível no formato impresso e e-book, e é um lançamento da editora Seguinte, do Grupo Companhia das Letras.