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Participantes do reality Love Island

Reprodução/ITV

SEM MISOGINIA

Reality de pegação dá aula de respeito às mulheres para participantes

Confinados no Love Island também terão suas redes sociais pausadas durante a exibição do programa para não receberem hate virtual

Luciano Guaraldo

Realities de pegação passam longe de ser um exemplo de comportamento social, mas um dos formatos decidiu mudar isso. O Love Island, exibido desde 2015 pela britânica ITV, vai fazer um intensivão com os participantes da próxima temporada antes do confinamento em uma ilha paradisíaca. No curso, entre outras coisas, eles vão aprender a respeitar as mulheres e não tratá-las como objetos sexuais.

A equipe do Love Island também vai “ensinar” os homens e mulheres selecionados a identificar comportamentos negativos em relacionamentos e a entender padrões ligados ao controle e à coerção. Eles ainda receberão treinamento e aconselhamento sobre comportamento de respeito mútuo para o convívio social.

O motivo da mudança? Na temporada mais recente, exibida entre junho e agosto, a Ofcom (agência reguladora da TV no Reino Unido) recebeu milhares de reclamações do público sobre suposta misoginia e bullying com as mulheres do Love Island. A Women’s Aid também apontou diversos episódios problemáticos –um deles rendeu o maior número de reclamações para a Ofcom em 2022.

Durante toda a exibição do reality, os participantes também terão suas redes sociais pausadas –eles já tinham seus celulares confinados, mas os perfis eram atualizados por seus parentes ou amigos para chamar a atenção do público. Como muitas vezes as mensagens recebidas eram de ódio, a ITV preferiu baixar essa nova norma para minimizar os danos à saúde mental de cada um quando saíssem da ilha.

“A decisão ousada de pausar as redes sociais dos participantes durante a nova temporada é um atestado da seriedade da ITV. Especialmente porque isso beneficia tanto o apelo do programa quanto a saúde mental dos participantes”, disse o psicólogo Matthew Gould, que trabalha nos bastidores do reality, ao Deadline.

A ITV também oferece oito sessões de terapia a cada participante depois de sua volta para casa, e os produtores de Love Island mantêm contato com todos nos 14 meses seguintes à exibição do reality. A decisão foi tomada depois que Sophie Gradon, que apareceu no programa em 2016, e Mike Thalassitis, do Love Island 2017, tiraram as próprias vidas.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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