Divulgação/Netflix
Segunda temporada do hit da Netflix ganhou versões orquestrais de Madonna, Harry Styles, Rihanna, Alanis Morissette, Robyn e mais; Spotify lançou playlist imersiva
A série Bridgerton, cuja segunda temporada estreou recentemente na Netflix, é um sucesso mundial de público. E parte da popularidade está atrelada à trilha sonora da trama de época produzida por Shonda Rhimes para o streaming. A série apostou —e acertou— em adaptar canções pop contemporâneas para uma sonoridade que tenta imitar o que seria a música do período que a história se passa, no século 19.
“É uma visão moderna dos sons daquele período. Tem a instrumentação daquela época, como a música podia soar, mas os ritmos, as progressões de acordes e as melodias são, muitas vezes, inspiradas na música pop de hoje”, resumiu o compositor da segunda temporada, Kris Bowers.
Ele deu a declaração para um especial do Spotify, que criou uma espécie de playlist imersiva para os fãs, disponível no aplicativo para celulares.
No mesmo contexto, Justin Kamps, supervisor musical de Bridgerton, explicou as novidades na trilha sonora para a sequência da série. “Os fãs podem esperar uma maior variedade nas versões dos quartetos de cordas. Exploramos décadas diferentes, como os anos 1980 e 1990, e trouxemos novos gêneros que vocês não ouviram ainda”, conta.
Canções que você deve reconhecer em Bridgerton
Netflix preparou um vídeo sobre as releituras de canções pop
A trilha sonora da nova temporada de Bridgerton tem dez versões “clássicas” e inéditas de canções pop modernas. Vamos a elas:
Justin Kamps e Kris Bowers coordenam a parte musical da série, mas contam com uma equipe formada por uma série de artistas. Vamos apresentar brevemente esta turma toda. Aliás, seguir estes nomes nas plataformas de streaming é uma boa dica para conhecer outras releituras de músicas pop.
Compositor da trilha sonora de Bridgerton desde a primeira temporada, Bowers nasceu em Los Angeles há 33 anos. Sua especialidade é unir a habilidade no piano de jazz com toques contemporâneos de R&B e até música eletrônica. Ele venceu a badalada competição de piano Thelonious Monk International em 2011.
Entre seus trabalhos mais famosos, além de Bridgerton, estão as trilhas sonoras de Green Book: O Guia, vencedor do Oscar de melhor filme em 2018, King Richard: Criando Campeãs (2021) e Space Jam 2: Um Novo Legado (2021). Entre as séries, ele fez ainda Cara Gente Branca e Inventando Anna.
Quando você ouvir a versão de Material Girl (Madonna) na segunda temporada, saiba que foi ele quem fez. Toda a trilha original também é assinada por Bowers.
Kamps é o supervisor musical de Bridgerton e já tem uma experiência de mais de década trabalhando com música para produções audiovisuais. Ele está à frente da produtora especializada Monster Sector Music Supervision.
Bowers também comanda o departamento musical de outras séries da Netflix, como Lúcifer e Outra Vida. Ele começou a carreira com Z: O Começo de Tudo e tem ainda Nancy Drew e alguns episódios de Supernatural no currículo.
Apesar do nome, que poderia ser traduzido como Quarteto de Cordas de Vitaminas, o VSQ não é exatamente um quarteto de cordas. Na verdade, ele é um conjunto com diversos quartetos, capitaneado pelo selo independente norte-americano CMH Label Group.
O projeto está na ativa desde 1999 e é conhecido exatamente por unir brilhantemente o clássico ao contemporâneo. O VSQ tem mais de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Seu trabalho ficou conhecido pelos álbuns tributos de nomes populares da música, como Lana Del Rey, Björk, Gorillaz e Beatles.
Na trilha sonora de Bridgerton desde a primeira temporada, eles assinam o cover mais popular da série até hoje: o de Thank U, Next, de Ariana Grande. Bad Guy (Billie Eilish), Girls Like You (Maroon 5) e In My Blood, todas da primeira temporada, também são do projeto. Para a nova leva de episódios, eles assinam as versões de Stay Away (Nirvana) e Dancing On My Own (Robyn).
Também presente desde a primeira temporada, o Duomo é, efetivamente, um quarteto que ganha a vida com covers de música pop. Eles têm um álbum, Berlin:Redux, lançado em 2018, que conta com versões de Green Day, Jay-Z, Radiohead e mais. Além disso, nas horas vagas, o Duomo também compõe música clássica contemporânea original.
Mas, voltando ao que interessa, eles ficaram famosos mesmo com a releitura de Wildest Dreams, da Taylor Swift, que entrou na primeira temporada de Bridgerton. Para a segunda, eles assinam You Oughta Know (Alanis Morissette) e What About Us (P!nk).
Mais um quarteto de cordas na trilha sonora de Bridgerton, o MSQ é um pouco mais “farofa”. Tanto que eles se apresentam no Spotify como “perfeitos para casamentos e jantares especiais”. Em Bridgerton, o conjunto estreou na segunda temporada com a divertida releitura de Wrecking Ball, de Miley Cyrus.
Horner já assinou a trilha sonora de um filme indicado ao Oscar: Um Pequeno Passo, dos estúdios Taiko, que concorreu como curta-metragem de animação em 2019. Em Bridgerton, ele foi escalado para escrever a releitura de Sign of the Times, do Harry Styles. Uma chance e tanto para chegar a um público ainda maior, já que o britânico é extremamente popular.
Houston estreou sua página no Spotify exatamente com How Deep Is Your Love, cover que fez do hit EDM de Calvin Harris para a trilha sonora de Bridgerton. Mas não quer dizer que ele seja um iniciante. Baseado em Londres, o multi-instrumentista já trabalhou com Kylie Minogue, Olly Murs, Disciples e outros. Ele tem um Grammy Latino na prateleira.
Antes de assinar contrato como artista solo, Hannah foi artista de turnê de Rihanna, Eminem, Jessie J e outros. Produtora e compositora, ela também já fez trilhas e canções para uma série de marcas, como Adidas e BBC. Na trilha sonora de Bridgerton, ela está em Diamonds, cover de Rihanna.
Quem a acompanha na releitura é o produtor musical Joe Rodwell, que tem um trabalho mais centrado em artistas independentes britânicos.
Luccas Oliveira
Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.
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