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Bruna Moraes sorri para foto

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Cantora vende cotas de streaming para bancar novo álbum; entenda

Esperando arrecadar R$ 20 mil, a paulistana Bruna Moraes lançará Alto Mar, com direção artística de Zeca Baleiro

Lucas Almeida
Lucas Almeida

“Afilhada artística” de Zeca Baleiro, a cantora paulistana Bruna Moraes está vendendo cotas de “sociedade” do seu próximo álbum, Alto Mar. Até 29 de julho, fãs podem se tornar investidores do projeto, adquirindo tokens no valor de R$ 50. Os compradores vão dividir o faturamento que será gerado nas plataformas de streaming com o lançamento do disco.

Serão vendidas 400 cotas, que totalizam R$ 20 mil. Durante os três próximos anos, os investidores receberão parte de 90% dos royalties pagos pelas plataformas de streaming. Quanto mais reproduções as músicas tiverem, maior será o valor.

A estratégia de Bruna Moraes é oferecer, inicialmente, as cotas para grandes apoiadores da sua carreira. São pessoas que ela considera que poderão contribuir com valores maiores para a divulgação do álbum, feito de maneira independente.

Mas a venda também está aberta ao público, que pode comprar quantas cotas quiser. “Essa é uma forma muito mais segura e interessante para qualquer apoiador que esteja interessado no meu trabalho ou de qualquer outro artista”, defende a cantora em conversa com a Tangerina.

A iniciativa partiu de um convite da plataforma Tune Traders, responsável por receber a receita das empresas de streaming e dividir os 10% destinados à cantora e os 90% dos investidores. Assim como em cotas de uma empresa, o fã investidor pode ofertar a sua parte através do próprio site pelo valor que preferir, enquanto durar a campanha.

Sem oferecer garantias de que o valor investido será recuperado, a plataforma exalta a contribuição dos próprios investidores para o sucesso do álbum: “[O investidor] Tem o poder direto de influenciar no retorno dele, pela promoção e pelo consumo ativos da música”, afirmou a Tune Traders através da assessoria de imprensa.

Toque de Zeca Baleiro

Bruna Moraes sentada em poltrona

A cantora Bruna Moraes se prepara para o lançamento de Alto Mar

Reprodução

Previsto para ser lançado em agosto, Alto Mar é o terceiro disco de Bruna Moraes, depois de Olho de Dentro (2014) e Nua (2019). O projeto possui direção artística de Zeca Baleiro.

Ela chegou a esbarrar com o músico maranhense em bastidores de festivais, mas a amizade surgiu depois de uma conversa durante um evento em 2019. “Eu me lembro de ele chegar e dizer: ‘Tive que vir, porque a minha produtora é mais sua fã do que minha’. Precisei dar uma conferida”, conta.

Primeiro, Bruna convidou Zeca para participar da faixa Valsa de Areia Nº 2. Quando ele soube que o disco estava sendo produzido, disse que queria colaborar de alguma forma. Assim, surgiu o convite para o cargo de diretor artístico.

Devota da música tradicional brasileira, Bruna encontrou a possibilidade de inovação no ídolo. “Foi muito importante ter o Zeca como uma mão firme, para que eu conseguisse me sentir segura para colocar outros elementos, como guitarras, sintetizadores, olhar para as canções de uma forma mais livre”, explica.

De Djavan a homenagem familiar

Conheça a voz de Bruna Moraes

Paulistana já cantou Milagreiro, de Djavan, na TV Cultura

Foi a experiência de Zeca que deu confiança para Bruna trazer também regravações. Além de quatro composições da própria cantora, Alto Mar conta com releituras de Esquinas (1994), de Djavan, e Tempo Perdido (1986), de Renato Russo (1960-1996).

O nome do álbum faz referência à ideia de uma viagem interna pelo mundo de Bruna. Foi a produtora Bianca Godoi que sacou o título, ao descobrir que o nome completo da cantora é Bruna Altomar de Moraes. “Eu tenho depressão há muitos anos, e esse disco nasceu de uma grande crise. A Bia e muitos outros amigos me salvaram. Foram pessoas importantes para que eu pudesse passar pela pandemia de uma forma menos dolorosa”, ela relembra.

A mãe da cantora morreu em 2019, e o projeto traz uma homenagem a ela. “A minha mãe era minha fã número um. Tinha uma música que era a preferida dela. E eu não consegui gravar com ela em vida. Eu acabei gravando nesse disco”, revela. A composição em questão é Flor de Laranjeira, que abrirá o álbum. 

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Lucas Almeida

Lucas Almeida

Repórter. Passou pela MTV Brasil e Veja.com. É fã de um pop triste e não deixa de ouvir todos os lançamentos musicais da semana.

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