Divulgação/Dudu Mafra
Filho de Cássia Eller (1962-2001) diz que não tem grandes planos para a comemoração dos 60 anos da mãe, em dezembro
Chico Chico é um daqueles artistas que prefere cantar, compor e tocar do que exatamente conversar sobre música. Não que ele seja arrogante, muito pelo contrário. É só uma questão de ter mais aptidão para umas coisas do que para outras.
Por exemplo, quando perguntado pela Tangerina sobre o que significa ser indicado ao Grammy Latino de melhor álbum de MPB por Pomares (2021), seu primeiro disco solo, Chico Chico resume: “É legal, um reconhecimento bem interessante para um trabalho nosso”.
Se a sensação é diferente quando comparada à do ano passado, com a indicação pelo disco Chico Chico & João Mantuano (também de 2021)? “Não, é tão bom concorrer com esse disco quanto com os amigos”, assegurou.
No palco, porém, o carioca de 29 anos que carrega o peso de ser filho de Cássia Eller (1962-2001) se comunica bastante. É o que ele vai mostrar nesta sexta-feira (7), no Circo Voador, acompanhado por sua Banda Banda. O show conta com as participações de Ana Frango Elétrico e Sombra.
“O Circo Voador é foda, em todos os sentidos. A casa é quente e tem todo um valor emocional para mim, para a cidade. É um lugar histórico”, elogia
Na semana seguinte, Chico Chico segue para São Paulo, onde faz dois shows no Itaú Cultural em formato intimista, voz, violão e piano, ao lado do parceiro pianista Pedro Fonseca. Por mais que as apresentações sejam diferentes, ambas servem para mostrar tanto a habilidade do carioca de compor canções espertas quanto seu timbre rascante, que remete ao da mãe.
Chico Chico
Divulgação/Dudu Mafra
Apesar de circular pela cena carioca há quase uma década, o cantor parece estar, desde a pandemia, mais ativo em sua carreira do que nunca. De 2020 para cá, foram três álbuns lançados: Onde? (2020, parceria com Francisco Gil, do trio Gilsons), Chico Chico & João Mantuano (2021) e Pomares (2021).
Além disso, desde a retomada dos shows, o caseiro Chico Chico tem circulado mais, fazendo shows fora do Rio.
“É algo que a gente busca de alguma maneira, evoluir. Não sei o que quer dizer [esta fase], mas a gente está curtindo o que está acontecendo”, diz ele. “Eu me interesso muito em tocar. Quanto mais eu puder tocar e dar uma boa estrutura para quem toca e trabalha com a gente, melhor.”
O músico admite também que, ao aparecer mais, a responsabilidade aumenta. “Mudou um pouco o esquema desse disco [Pomares] para cá e estou me adaptando. Porque muda a coisa da expectativa das pessoas. Mas isso não me incomoda tanto. Meu maior problema sou eu mesmo”, contemporiza.
No mês passado, por exemplo, ele estava no Coala Festival, onde fez um show especial ao lado da cantora Juliana Linhares. Durante todo o fim de semana de evento, o carioca circulou tranquilamente pelo público, carregando cervejas de amigos, sem fazer questão dos privilégios que as atrações costumam ter.
“Isso é legal pra caramba, é um dos lados bons. Você toca no lugar e ainda pode ver shows foda depois. Eu pirei muito no Djavan e no Black Alien, foram os shows que mais me pegaram”, lista.
Enquanto finaliza a agenda de shows de Pomares, Chico Chico já pensa e planeja o próximo disco com o produtor Pedro Fonseca. O plano é entrar com tudo nisso em 2023.
Por outro lado, ele ainda não tem planos concretos para dezembro, quando Cássia Eller será bastante homenageada, já que completaria 60 anos no dia 10 daquele mês. No entanto, Chico Chico celebra e admira o que tem sido feito, como a turnê da cantora Ana Carolina cujo repertório é inspirado na obra da mãe.
“Acho muito maneiro. Inclusive, o [baterista] Cesinha, que está tocando com a Ana, tocou com a minha mãe. É bem legal esse tipo de homenagem. Da minha parte, não estou preparando nada, mas parece que vai acontecer alguma coisa em dezembro que vou participar, não sei o quê”, desconversa.
Luccas Oliveira
Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.
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